sexta-feira, 15 de abril de 2011

O CONHECIMENTO E SUAS PERSPECTIVAS


Antes de qualquer coisa, precisamos dar uma definição ao que é o conhecimento: Utilizando as palavras da Maria Aranha: “O conhecimento é o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.” E essa relação, durante toda a história da Filosofia, foi bastante discutida e trouxe muitos problemas, especialmente na contemporaneidade.

Existem basicamente 5 correntes que afirmam a possibilidade do conhecimento, e segundo a definição de Hessen; são elas:
Dogmatismo: Não existe um problema no conhecimento, pois o sujeito pode claramente conhecer o objeto exatamente da forma que ele é. Os principais representantes dessa corrente são os filósofos pré-socráticos;
Ceticismo: Oposto do dogmatismo, é impossível para o sujeito conhecer o objeto, logo devemos suspender completamente nosso juízo (epoché). Pode ser divido em ceticismo lógico, metafísica, ético ou religioso, metódico e sistemático. Seu principal representante e fundador é Pirro de Ellis (360-270 a.C.);
Subjetivismo e relativismo: Para essas correntes, a verdade existe, mas não de forma universal. Enquanto que o subjetivismo defende que ela dependerá do sujeito, o relativismo dirá que ela também dependerá de fatores externos, como o contexto temporal e espacial em que o sujeito está inserido. Os grandes representantes deste pensamento são os sofistas;
Pragmatismo: Para os pragmáticos, é verdadeiro aquilo que é útil, pois para eles o homem é um ser prático, ativo e dotado de vontade e, portanto, o sentido do conhecimento humano estaria ligado à prática. Teve origem nos Estados Unidos, sendo seu fundador William James (1842-1910).
Criticismo: Confia na possibilidade de conhecimento, como os dogmáticos, mas acredita que é preciso, antes de tudo, colocar qualquer tipo de afirmação à prova da razão. O principal teórico desta corrente é Immanuel Kant (1724-1804).
Certamente, o relativismo e o subjetivismo são as correntes mais aceitas pelos filósofos contemporâneos. Como afirma Marilena Chauí, o relativo, o incerto torna-se uma das características da pós-modernidade quando “Freud põe em dúvida o poderio da consciência, (...) os antropólogos descrevem a pluralidade cultural regida por necessidades internas de cada cultura (...) e Marx revela o poderio da ideologia e também os imperativos econômicos”.        

Todos os grandes pensadores de nossa época, como Foucault, Deleuze, Derrida, Nietzsche, Husserl, dentre outros, irão defender esse conceito, que é o que rege ciências como a Sociologia, a Antropologia e a Pedagogia.         

Outro ponto dos contemporâneos é a ausência da dicotomia sujeito-objeto na questão do conhecimento. Este ponto já é visto como superado, e hoje fala-se de atores dentro da questão do conhecimento, o que tira a limitação de ter de circular entre apenas dois atores (sujeito e objeto), enquanto na verdade existem muitos, como o contexto histórico, o laboratório, a Academia de Ciências, etc. Com isso, o conhecimento, quer seja dentro da ciência, da educação, da filosofia, ou de qualquer outro âmbito, toma um prisma histórico, estando aberto à todas as caracteristicas do contexto que o circunda, eliminando definitivamente qualquer ideia de absolutismo dentro das criações e perspectivas humanas.
Fonte: http://filosofiadocaos.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Vejam:
    apretensaodosaber.blogspot.pt ...
    e depois o melhor a fazer a partilharmo-nos

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