sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ALGO MAIS

Há n’alma do poeta algo
Algo de transcendental e impassível
Há uma luz que reluz todas as luzes

Há n’alma do poeta
A dor de todas as dores
O desespero de todos os desesperados

Há n’alma do poeta
O amor de todos que amam
A felicidade dos felizes
A alegria dos contentados

Há n’alma do poeta
O sonho do sonhador
A angústia dos angustiados

Há n’alma do poeta
O culto à natureza que a tudo inspira

Há n’alma do poeta
O fluxo e o refluxo do mar
A coerência de todas as coerências
A vontade louca de amar...
Algo mais que o poeta não alcança.

Paulo Alexandre da Silva é Patrono da Cadeira nº 8 na ACL Academia Cabense de Letras que tem como acadêmico o poeta Natanael José de Lima Júnior.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O USO DE DROGAS

(Depoimento emocionado de Luiz Fernando Veríssimo sobre sua experiência com as drogas).

Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de experimenta, depois quando você quiser é só parar... e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo...... disco do Chitãozinho e Xororó, e em seguida um do Leandro e Leonardo.

Achei legal, uma coisa bem brasileira. Mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "amigo" e acabei comprando pela primeira vez: Lembro que cheguei na loja e pedi: - Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.

Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé.
Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc.
Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores... o Tchan, Companhia do Pagode e muito mais.

Após o uso contínuo, eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes. Então, meu amigo me deu o que eu queria, um CD do Harmonia do Samba.

Minha “bunda” passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Pensava só nessa parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais... Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa.

Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro. Meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados.

Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea "As melhores do Molejo". Foi terrível! Eu já não pensava mais!!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigres, MC Serginho, Lacraias, motinhas e tapinhas. Comecei a ter delírio e a dizer coisas sem sentido e quando saía à noite para as festas, pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras... Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: Ki-Kokolexo.

Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro doses cavalares de MPB, Bossa-Nova, Rock Progressivo e Blues. Mas o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a Mozart, Beethoven e Bach.

Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante.

Vai perder as referências e definhar mentalmente. Em vez de encher a cabeça com porcaria, “pratique esportes” e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:

- Não ligue a TV no domingo à tarde;
- Não entre em carros com adesivos "Fui.....";
- Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe e ou ao Domingo Legal do Gugu;
- Mulheres gritando histericamente são outro indício;
- Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa; (essa é boa!)
- Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
- Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil, e...
- Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal “mínima”.

Diga não às drogas!
A vida é bela! Eu sei que você consegue!

Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendo cursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

OS DERRAMES CEREBRAIS


Agora existe um 4º indicador : A língua

Derrame: memorize as três primeiras letras...S.T.R.

Só leva um instante ler isto... Afirma um neurologista que se levarem uma vítima de derrame dentro das primeiras três horas, ele pode reverter os efeitos do derrame totalmente.

Disse o especialista que o segredo é reconhecer o derrame, diagnosticá-lo e receber o tratamento médico correspondente, dentro das três horas seguintes, o que é difícil.

RECONHECENDO UM DERRAME (AVC Acidente Vascular Cerebral)

Muitas vezes, os sintomas de um derrame são difíceis de identificar. Infelizmente, nossa falta de atenção, torna-se desastrosa. A vítima do derrame pode sofrer severa consequência cerebral quando as pessoas que o presenciaram falham em reconhecer os sintomas de um derrame.

Agora, os médicos dizem que uma testemunha qualquer pode reconhecer um derrame fazendo à vítima estas três simples preguntas:

S* (Smile) Peça-lhe que SORRIA.

T* (Talk) Peça-lhe que FALE ou APENAS DIGA UMA FRASE SIMPLES. (com coerência, ex : Hoje o dia está ensolarado)

R* (Rise your arms) Peça-lhe que levante AMBOS OS BRAÇOS.

Se ele ou ela têm algum problema em realizar QUALQUER destas tarefas, chame a emergência imediatamente e descreva-lhe os sintomas,ou vão rápido à clínica ou hospital.

Novo Sinal de derrame - Ponha a língua fora.

Outro sinal de derrame é este: Peça à pessoa que ponha a língua para fora.. Se a língua estiver torcida e sair por um lado ou por outro, é também sinal de derrame.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A UMA PASTORA TÃO FORMOSA COMO INGRATA

Alexandre de Gusmão

Pastora a mais formosa e desumana,
Que fazes de matar-me alarde e gosto,
Como é possível que a um tão lindo rosto
Unisse o Céu a uma alma tão tirana?

Cruel! Que te fiz eu, que me aborreces?
Tens duro coração, mais que um rochedo!
Sou tigre, ou sou leão, que meta medo,
Que apenas tu me vês desapareces?

Por ti tão esquecido ando de tudo,
Que o gado no redil deixei faminto;
O sol me fere a prumo, e não o sinto,
A ovelha está a chamar-me e não lh’acudo.

Lá vai o tempo já que em baile e canto
Eu era no lugar o mais famoso;
Agora, sempre aflito e pesaroso,
Só o que sei é desfazer-me em pranto.

Há pouco que encontrei alguns Pastores,
Que iam comigo ao monte após o gado,
Que não me conheceram de mudado,
Que tal me tem parado os teus rigores!

Até o rebanho meu, que um dia viste
Tão nédio antes que eu enlouquecesse,
Não come já, nem medra, e se emagrece,
Por dó que tem de ver-me andar tão triste;

Ele me guia a mim, não eu a ele,
Que vou nos meus pesares enlevado;
Bem pode o lobo vir, levar-me o gado
À minha vista, sem que eu dê fé dele.

Não sei que nuvem trago neste peito,
Que tudo quanto vejo me entristece;
A flor do campo parda me parece;
Até ao mesmo sol acho imperfeito.

Do alegre prado fujo para o escuro
Da serra me retiro entre os rochedos;
Ali pergunto às feras e aos penedos
Se alguém há mais que tu cruel e duro.

Ali ouço soar rompendo o mato
Do ribeirinho as saudosas águas,
E em competência vão as minhas mágoas
Dos olhos despedindo outro regato.

Este mal, que hoje sofro, eu o mereço,
Que ingrato desprezei quem me queria;
Agora se me vê, faz zombaria,
Que bem vingada está no que padeço.

Então não conhecia o que amor era
Também me ria do tormento alheio;
Oh! quão cedo (inda mal) o tempo veio
Que o conheço já mais do que quisera.

Não me desprezes, não, gentil Pastora,
Que igual castigo Amor talvez te guarda;
Não sejas à piedade avessa e tarda,
Tem dó de maltratar a quem te adora.

ALEXANDRE DE GUSMÃO (Santos, 1695-1753) serviu nove anos como secretário particular de D. João V; e deixou cartas que não são obras de escrupulosa linguagem, mas nas quais dá provas de sagacidade, espírito observador, e admirável tino prático. Retirado dos públicos negócios depois da morte de D. João V, perdeu dois filhos no incêndio que lhe devorou a casa, e apenas sobreviveu um ano a tão infausto sucesso.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

SOLTE AS AMARRAS

*Erivaldo Alves

“Os homens são pássaros que amam o vôo, mas têm medo de voar. Por isso abandonam o vôo e se protegem em gaiolas” Rubem Alves.

Parece muito real o fato que sonhamos o vôo, mas tememos as alturas.

Atualmente, os seguimentos religiosos, parecem uma enorme feira onde se vendem pássaros engaiolados de todos os tipos. Às vezes, esses pássaros saem de uma gaiola (uma religião) e entram noutra.

Fica claro que os hereges, são os pássaros que não se deixam prender. Quando as gaiolas são feitas de ferro, é fácil percebê-las, mas quando são de ensinamentos, doutrinas, dogmas, prendem por dentro. E ai fica difícil escapar. E quando se escapa, as feridas aparecem e as doenças da alma são notórias. Quem já creu e não crer mais que o digam.

Quebrar essas gaiolas internas não é fácil! Pois elas “dão segurança”. Uma espécie de liberdade dentro da prisão. Há muitas gaiolas diferentes. Mas todas elas são gaiolas. Geralmente os donos dessas gaiolas e dos pássaros, são donos da verdade e absolutos em seus posicionamentos

Livrar-se das coisas que nos mobilizam em um só lugar não é tarefa fácil. Em um jogo de cartas, o segredo dos vencedores, está em saber descartar. Na vida, como no jogo de cartas, o que importa é saber descartar – se livrar dos embaraços.

Forças ou hábitos exercem profunda influência. Terei de me livrar deles. Principalmente daqueles que me condicionam. O escritor aos Hebreus põe a questão da seguinte forma: “Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta” (Hebreus 12.1).

Precisamos descartar o que quer que nos atrapalhem.

Precisamos descartar as prioridades erradas que nos impedem de chegar ao que é mais importante. Talvez o problema seja o medo, ou a dúvida, ou o sentimento de inadequação. Deus chamou Moisés para governar seu povo, mas Moisés não queria sair do seu lugar. Sua baixa auto-estima o conduziu às seguintes evasivas: (conf. Êxodo 3.11, 4.1,10)

• “Quem sou eu para apresentar-me a faraó?”
• “E se eles não acreditarem em mim nem quiserem me ouvir?”
• “Nunca tive facilidade de falar”
• “Não consigo falar bem”

Para soltar as amarras, se faz necessário se desprender da necessidade de segurança e proteção.

Às vezes o que nos prende, a corda que nos segura, é um irmão nosso, um de nossos pais, o nosso líder (foi assim com Davi). Conforme O livro de I Samuel 17.28. Há algumas pessoas em nossa vida que são nossas cordas. Isto é, são pessoas que nos prendem. São aqueles que quando levantamos vôo eles se sentem presos e não voam conosco. No de Davi era seu irmão Eliabe que após ver seu irmão sendo ungido como rei de Israel, assim se referiu a ele: “Por que você veio aqui? Com quem deixou aquelas poucas ovelhas no deserto? Sei que você é presunçoso e que o seu coração é mau” (I Samuel 17.28).

Às vezes nossas cordas são imperceptíveis para nós e até gostamos das amarras. Isto porque nos sentimos seguros e não corremos risco. No filme Sonho de Liberdade o personagem interpretado por Morgan Freeman, fala do medo dessa liberdade sentida por quem passou tempo demais preso:

“No começo, essas paredes, você as odeia. Elas te deixam louco. Depois de algum tempo você se acostuma com elas, nem mais nota que elas estão aí. Até que chega o dia em que você se dá conta de que precisa delas”.

Muitos de nós nos queixamos das amarras ao invés de desatá-las. Há quem goste de status de vítima. Se alguém se aproxima e desata-lhe as cordas, ela mesma torna a amarrar-se.

Algumas perguntas que podem ajudar à liberdade:

1. Que cordas estão lhe amarrando?
2. Você deseja arrebentá-las?
3. Ou você já está acostumado? Está com medo da liberdade?
4. Você pode libertar-se sozinho ou precisa da ajuda de alguém?

Reflexão por ocasião do culto de ação de graças do Ministério de Homens da IEBC
17.10.2009 PIEBGarapu -28.04.2010. Pastor Erivaldo Alves.

*Erivaldo Alves é Pastor da Igreja Batista da Cohab e membro da Academia Cabense de Letras.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DESEJO


Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim
Mas se for, saiba ser sem se desesperar
Desejo também que tenha amigos
Que mesmo maus e inconseqüentes
Sejam corajosos e fiéis
E que pelo menos em um deles
Você possa confiar sem duvidar

E porque a vida é assim
Desejo ainda que você tenha inimigos
Nem muitos, nem poucos
Mas na medida exata para que
Algumas vezes você se interpele
A respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles
Haja pelo menos um que seja justo

Desejo depois, que você seja útil
Mas não insubstituível
E que nos maus momentos
Quando não restar mais nada
Essa utilidade seja suficiente
Para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante
Não com os que erram pouco
Porque isso é fácil
Mas com os que erram muito e irremediavelmente
E que fazendo bom uso dessa tolerância
Você sirva de exemplo aos outros

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais
E que sendo maduro
Não insista em rejuvenescer
E que sendo velho
Não se dedique ao desespero
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor

Desejo, por sinal, que você seja triste
Não o ano todo, mas apenas um dia
Mas que nesse dia
Descubra que o riso diário é bom
O riso habitual é insosso
E o riso constante é insano.

Desejo que você descubra
Com o máximo de urgência
Acima e a respeito de tudo
Que existem oprimidos, injustiçados e infelizes
E que estão bem à sua volta
Desejo ainda
Que você afague um gato, alimente um cuco
E ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque assim, você se sentirá bem por nada

Desejo também
Que você plante uma semente, por menor que seja
E acompanhe o seu crescimento
Para que você saiba
De quantas muitas vidas é feita uma árvore

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro
Porque é preciso ser prático
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele na sua frente e diga:
"Isso é meu"
Só para que fique bem claro
Quem é o dono de quem

Desejo também
Que nenhum de seus afetos morra
Por eles e por você
Mas que se morrer
Você possa chorar sem se lamentar
E sofrer sem se culpar

Desejo por fim
Que você sendo homem, tenha uma boa mulher
E que sendo mulher, tenha um bom homem
Que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes
E quando estiverem exaustos e sorridentes
Ainda haja amor pra recomeçar

E se tudo isso acontecer
Não tenho mais nada a lhe desejar

Victor Hugo

No mês de fevereiro de 2002, a França inteira prestou homenagens ao seu maior poeta. Victor Hugo, pai ficcional do popularíssimo Quasímodo, o corcunda de Notre-Dame, da cigana Esmeralda e do ex-convicto Jean Valjean, nasceu dois séculos atrás, no dia 26 de fevereiro de 1802. Ele teve a merecida sorte de ver-se consagrado em vida, situação que talvez somente Voltaire, outro titã das letras francesas, morto em 1778, conheceu antes dele. A obra de Hugo é um oceano, abrigando todos os gêneros conhecidos, da poesia ao ensaio cultural, da novela ao panfleto político, do romance ao teatro, nada desconheceu. A produção dele, que se estendeu por 70 anos ininterruptos, até quase a sua morte em 1885, foi impressionante. Dizem que escreveu mais de "um milhão de versos", além de engajar-se de corpo e alma nas lutas políticas e ideológicas do século XIX. Victor Hugo, acima de tudo, foi um colosso moderno.

"Dante uma vez fez um Inferno com a poesia, e eu escrevo sobre o Inferno que é a vida real de nossa época."
Victor Hugo

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"SEXTA DE LETRAS" divulga a obra desconhecida do poeta Paulo Cultura

                                                                 Por Tereza Soares

O projeto Sexta de Letras promovido pela Academia Cabense de Letras (ACL), terá como palestrante, no próximo dia 05 de novembro, sexta-feira, o poeta Natanael Lima. Ele abordará ‘A Vida e a Produção Poéticas do Poeta Paulo Alexandre Silva’, conhecido no meio cultural como Paulo Cultura (in memorian). O escritor cabense também recitará poesias inéditas de Paulo Cultura, divulgando a obra desconhecida do poeta, que integra o patrimônio imaterial da poesia do Cabo de Santo Agostinho. O evento acontece a partir das 19h na Casa Legislativa.

O projeto Sexta de Letras tem o objetivo de proporcionar encontros abertos ao público com membros da Academia, que expõem sobre obras de seus patronos ou temas de relevância literária. A entrada é gratuita e os acadêmicos estarão à disposição para divulgar suas obras. “Assim como Paulo Cultura, outros poetas de valor literário são desconhecidos no Município, por falta de uma política de incentivo e fomento à Cultura local”, denuncia Natanael Lima.

“A Academia Cabense de Letras se prepara para mais um passo em direção à Cidadania Cultural na Câmara de Vereadores. O espaço político da Casa Vicente Mendes será transformado em momentos de interatividade literária com estudantes e a população em geral”, comenta o Presidente da Academia, Nelino Azevedo, explicando que o Projeto Sexta de Letras foi pensado para promover e elevar o debate cultural na cidade.

Cada reunião do Projeto Sexta de Letras terá um tema específico, podendo ser um autor ou uma obra, que será apresentado por um dos membros, seguindo-se o debate com a intervenção dos demais acadêmicos. Até agora, já tiveram suas performances no ‘Sexta de Letras’ os acadêmicos Nelino Azevedo, que versou sobre a obra do escritor Paulo Freire, Douglas Menezes, que proferiu palestra sobre o escritor Graciliano Ramos e o escritor espírita Frederico Menezes, que falou sobre Josué de Castro e a Geografia da Fome.

Teresa Helena Soares da Silva ocupa a cadeira nº 10 da Academia Cabense de Letras que tem como patrono o poeta Théo Silva.



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

VOSSAS EXCELÊNCIAS


Cidadãos que se tratam de Vossas Excelências
Mas vivem se agredindo entre si
Respeitem o povo e o que o povo lhes deu
Se rasguem, se mordam, se matem entre si
Porém não deixem que suas brigas
Saiam dos bastidores sujos
Desse circo sujo
O homem comum
O humilde trabalhador
Nada tem haver com a ganância e egocentrismo
De vossas Excelências
Vossas Excelências que pertencem ao partido da opressão
Do egoísmo e da traição
Nunca mais apareçam nas praças da minha cidade
Para pedir voto ao povo
Isto porque: Vossas Excelências nem povo merecem ser
O povo tem memória
E da próxima vez
Vossas Excelências serão
Vossas Excelências nas casas das Vossas Excelências.

Paulo Alexandre da Silva (Paulo Cultura) é o Patrono da Cadeira nº 8 na Academia Cabense de Letras ocupada pelo acadêmico Natanael José de Lima Júnior.                                    

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

SÓ DE PASSAGEM


Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio. O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.

- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.

E o sábio, bem depressa olhou ao seu redor e perguntou também:

- E onde estão os seus...?

- Os meus?! Surpreendeu-se o turista.

- Mas estou aqui só de passagem!

- Eu também... - concluiu o sábio.

"A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e se esquecem de ser felizes."

"NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL, SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

ILUSÕES DO AMANHÃ

'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,
o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor..'

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)
Esse poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade,de excepcional. Excepcional é a sua sensibilidade!!!!! Ele tem 28 anos, com idade mental de 15.
Peço que divulguem para prestigiá-lo. Se esse garoto com todas as barreiras que ele encontra, acredita tanto no amor, por que a maioria das pessoas que se dizem 'normais' procuram, ao contrário, negar a existência deste mesmo amor ?
(Retirado da postagem do Blog da Ritinha Leal - Pensamentos e Delírios )