quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PARA 2011


Douglas Menezes*

Dedico este artigo às cadelinhas lá de casa: Pâmpi e Sacha. Como são humanas!

Nada como um ano atrás do outro, para acontecer tudo de novo.

Dia trinta e um de dezembro: um dia como outro qualquer. Apenas a simbologia humana o diferencia, como algo mágico que encerra um ciclo. É esperança ilusória, mais das vezes, de dias melhores. Na verdade, o mito, a fantasia, por necessidade, alimenta os sonhos a serem plenamente realizados. A indústria do consumo é especialista nisto: ”muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”.. E sabemos nós que a maioria não terá nem uma coisa nem outra. O modelo vigente não permite mudanças: o rico continuará rico, e o pobre seguirá seu destino periférico, coadjuvante de um sistema excludente.

Pessimismo? Nem tanto. A história humana ainda confirma o que afirmamos. O capitalismo joga para as pessoas a utopia de ser igual a quem tem. É o ”você vai conseguir”. A embriaguez do dia trinta e um e a ressaca do dia dois universalizam a frustração de que tudo vai ficar como antes. Lógico, dando o desconto de que há honrosas exceções. Tedioso o falso cumprimento de Feliz Ano Novo, com direito a lágrimas de crocodilo. Claro, retirando, daqui, os raros e sinceros votos das pessoas queridas. Indivíduos especialistas em maltratarem, anos afora, os humildes, vassalos seus pelos azares da vida, de repente transformam-se em guardiões e futurólogos da felicidade alheia, realizando hipócritas e fraudulentas confraternizações. Por isso, durmo cedo no último dia do ano. Evito, assim, os abraços formais, ensaiados e mecânicos. Bebo e como no dia primeiro como num domingo qualquer. Aliás, prefiro o meio ano, onde a autenticidade fala mais alto. O forró é mais autêntico e puro que as engravatadas canções de dezembro, embora belas e cultas.. O inverno ilude menos que o verão..Ele se aproxima mais da realidade humana.

Mas, enfim, não imagine, homem, ser apenas angustiosa e negativa minha concepção de vida. Só acho que uma passagem de ano não muda as pessoas. O novo momento virá quando os corações, as mentes, as ações dos homens mudarem para espelharem na alma a sincera visão transformadora da vida, forjando um novo mundo de fraternidade. É a prática feita no presente, em cada momento. E isto não depende de ano, mês, dia ou hora.

* Douglas Menezes é escritor cabense e membro da Academia Cabense de Letras. Novo, com direito a lágrimas de crocodilo. Claro, retirando, daqui, os raros e sinceros votos das pessoas queridas. Indivíduos especialistas em maltratarem, anos afora, os humildes, vassalos seus pelos azares da vida, de repente transformam-se em guardiões e futurólogos da felicidade alheia, realizando hipócritas e fraudulentas confraternizações. Por isso, durmo cedo no último dia do ano. Evito, assim, os abraços formais, ensaiados e mecânicos. Bebo e como no dia primeiro como num domingo qualquer. Aliás, prefiro o meio ano, onde a autenticidade fala mais alto. O forró é mais autêntico e puro que as engravatadas canções de dezembro, embora belas e cultas.. O inverno ilude menos que o verão..Ele se aproxima mais da realidade humana.

Mas, enfim, não imagine, homem, ser apenas angustiosa e negativa minha concepção de vida. Só acho que uma passagem de ano não muda as pessoas. O novo momento virá quando os corações, as mentes, as ações dos homens mudarem para espelharem na alma a sincera visão transformadora da vida, forjando um novo mundo de fraternidade. É a prática feita no presente, em cada momento. E isto não depende de ano, mês, dia ou hora.

* Douglas Menezes é escritor cabense e membro da Academia Cabense de Letras.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CHEGOU O NATAL


A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.

FELIZ NATAL E UM ANO NOVO DE LUZES

SONETO NATALINO
Vera Rocha

Nesta noite iluminada
Cheia de cores vibrantes
Quero endereçar esta mensagem
Ao Divino Aniversariante

Dizer que a Esperança
Em meu coração se renova
Ao ver no rosto infantil
O sorriso, por um mimo que aprova

Hoje é só festa e riso
O estômago vazio foi esquecido
O brinquedo engana a alma ultrajada

Permita Mestre de Luz
Que homens e mulheres lembrem
Que todos os dias Nasce Jesus

Vera Rocha é educadora e membro da Academia Cabense de Letras.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

RACHEL DE QUEIROZ


Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza em 1910. Já havia na literatura brasileira recente um livro em que a seca nordestina era a paisagem na qual transcorria a ação ficcional, mas foi em 1930, com a estréia de uma jovem de 19 anos, que a seca passou a ser não apenas o ambiente mas o próprio personagem da história narrada. Mais do que o personagem, ela se transfigurou num estilo conhecido, então, pela primeira vez: uma prosa árida, despojada, o avesso completo de qualquer possibilidade épica. Livrando-se de todo excesso romanesco, Rachel de Queiroz esteve no princípio do movimento regionalista, um dos mais importantes que o país já teve e que revelou nomes da importância de Graciliano Ramos e Jorge Amado, entre outros. O Nordeste brasileiro tornou-se, enfim, conhecido através de uma voz literária própria. Posteriormente, tendo escrito um romance feminino de formação, trabalhado como jornalista e com forte atuação política, ela se transformou num símbolo das conquistas da mulher brasileira e foi a primeira escritora a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Seus romances originaram famosas novelas da Rede Globo. obras

O Quinze (1930)
Caminho de Pedras (1937)
As Três Marias (1939)
A Donzela e A Moura Morta (1948)
Lampião (1953)
A Beata Maria do Egito (1958)
O Brasileiro Perplexo (1964)
Dora, Doralina (1975)
O Galo de Ouro (1985)
Obra Reunida (1989)
Memorial de Maria Moura (1992)
As Terras Ásperas (1993)



FRASES DE RACHEL DE QUEIROZ

"Morrer, só se morre só. O moribundo se isola numa redoma de vidro,ele e a sua agonia. Nada ajuda nem acompanha."

"A Gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado."

''Morrer,só se morre só. O moribundo se isola numa redoma de vidro,ele e a sua agonia. Nada ajuda nem acompanha.'' (Autor:Rachel de Queiroz)

''A Gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado."

"Quando se houverem acabado os soldados do mundo, quando reinar a paz absoluta, que fiquem pelo menos os fuzileiros, como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles foram e as coisas belas que fizeram."

'' ... A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado ... ''

''Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer''. rachel de queiroz

''Cada coisa tem sua hora e cada hora o seu cuidado'' rachel de queiroz

''Fala-se muito na crueldade e na bruteza do homem medievo. Mas o homem moderno será melhor?


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

1º ENCONTRO ESTADUAL DOS BACAMARTEIROS DE PERNAMBUCO

Integrantes do Ponto de Cultura Bacamarte: tiro de paz


Acontecerá no município de Flores, no dia 11 de dezembro, a partir das 08 horas o 1º Encontro Estadual dos Bacamarteiros de Pernambuco, onde reunirá várias lideranças bacamarteiras para discutir o momento atual vivido pela centenária manifestação cultural de nosso povo.

O Encontro é organizado pela Fundação Ambiental Pedro Daniel e coordenado pelo Dr. Nelson Tadeu, membro da União Brasileira de Municípios.

Na parte da manhã acontecerão as seguintes paletras:

Painel 01 - A Cultura viva dos Bacamarteiros de Pernambuco
Palestrante: Prof. Ivan Marinho (presidente da SOBAC);

Painel 02- Políticas públicas de investimento para a cultura municipal, estadual e fedral das tradições nordestinas dos bacamarteiros.
Palestrante: Diógenes Antônio Gomes;

Painel 03- Os entraves da legislação atual para a cultura dos bacamarteiros.
Palestrante: Nelson Tadeu Daniel;

Painel 04- A aplicação e fiscalização da legislação atual pelo Exército Brasileiro.
Palestrante: 2º tenente Humberto Teixeira.

Na parte da tarde se discutirá o estatuto para criação da Federação Pernambucana de Bacamarte.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ARRUAR - HISTÓRIA PITORESCA DO RECIFE ANTIGO - MARIO SETTE


Arruar significa passear com ostentação, a pé ou montado, correr as ruas. Embora o autor vivesse “Muito trancado no seu lar, sentindo-se muito bem dentro dele” – conforme revelou, banca, no bom sentido, o arruaceiro do Recife dos tempos antigos.

A história do Recife, nos quatro séculos de evolução, é retratada pelo Professor Mario Sette, com direito e autoridade, neste livro, primeiro volume da coleção Brasil que não Conhecemos ilustrado pelos talentosos desenhistas pernambucanos Luís Jardim e Percy-Lau e com fotografias e fac-similes da época.

Trata-se da segunda edição aumentada do livro (a primeira foi publicada em 1949).

OBS. Livro antigo e raro. Foi mantida a gramática do original.

Arruar – História Pitoresca do Recife Antigo – Mario Sette



Escritor, Mário Sette nasceu no Recife, a 19/04/1886. Foi professor e ocupou vários cargos públicos em Pernambuco. Publicou vários livros, entre os quais: "Senhora de Engenho"; "Ao Clarão dos Obuses"; "A Filha de Dona Sinhá"; "Rosas e Espinhos"; "Maxambombas e Maracatus"; "Seu Candinho da Farmácia".

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TRÊS EM UM, A FESTA DE LANÇAMENTO DO ANO‏


 



Lojas da Prismarte:



Sites pessoais:

http://roteiristaleo.wordpress.com/

http://www.prismarte.com.br/milson_marins/

http://fotolog.terra.com.br/sanmarcelo

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ESPERANTO COM VERA ROCHA NO SEXTA DE LETRAS DA ACL


A Academia Cabense de Letras realiza amanhã, na Câmara de Vereadores, a última edição do Sexta de Letras em 2010. O evento literário acontece a partir das 19 horas, e terá como palestrante a acadêmica, poetisa e professora Vera Rocha, que falará sobre o Esperanto, a língua universal.

Na oportunidade a Academia Cabense de Letras prestará homenagem a Ronaldo Menezes e Nelson Almeida, pioneiros na divulgação do Esperanto no Cabo de Santo Agostinho. Após a edição de hoje, a Academia entra em recesso e pretende voltar com um segundo módulo do Projeto Sexta de Letras a partir de março de 2011.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O DÓLAR AMERICANO


Além de divulgar idéias que atraíam a elite progressista de seu tempo, a maçonaria era também um espaço propício à conspiração política. Ao ingressar na ordem, os integrantes prometiam (e até hoje prometem) não divulgar seus segredos e nem mesmo revelar a nenhum profano (como são chamados os não-iniciados) o que é dito nas reuniões. “As lojas maçônicas eram o lugar ideal para membros da elite de diferentes pensamentos políticos se encontrarem”, diz o pesquisador Jesus Hortal, reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Além disso, quanto mais a maçonaria era acusada de ser um local de conspiração política, mais ela era procurada por conspiradores. A proteção das lojas ajudou a garantir o sucesso de um dos movimentos históricos mais influenciados pela organização: a independência americana, episódio que muitos historiadores chamam de “revolução maçônica”.

Benjamin Franklin, um dos grandes responsáveis pela criação dos Estados Unidos da América, era grão-mestre (o líder máximo na hierarquia) na Filadélfia e responsável pela publicação no país do livro Constituições, escrito pelo britânico James Anderson em 1723 e considerado a declaração de princípios da entidade. O líder dos rebeldes, George Washington, e o principal autor da Declaração de Independência, Thomas Jefferson, também eram membros ativos, assim como um terço dos 39 homens que aprovaram a primeira Constituição do país. Os três usaram seus contatos com as maçonarias de outras nações, em especial da Inglaterra, para garantir o sucesso da rebelião.

Há quem diga que a nota de 1 dólar, com seu olho solitário, é inteiramente marcada por símbolos maçons o olho, por exemplo, simbolizaria Deus (leia sobre os símbolos no decorrer da reportagem), coisa que os autores da cédula nunca confirmaram. Reza a lenda que George Washington teria vestido um avental da ordem durante a inauguração da capital, em 16 de julho de 1790, batizada em sua homenagem. Ele ainda teria orientado os engenheiros a encher a cidade de símbolos secretos da entidade. Por exemplo: algumas pessoas identificam o desenho de um compasso unindo a cúpula do Capitólio, a Casa Branca e o Memorial Thomas Jefferson.
A Maçonaria – Símbolos, Segredos, Significado, W. Kirk MacNulty, Martins Fontes, 2007
Arquivos Secretos do Vaticano e a Franco-Maçonaria, José Ferrer Benimeli, Madras, 2007
O Poder da Maçonaria, Françoise Jean de Oliveira e Marco Morel, Nova Fronteira, 2008

CRIANDO A MARSELHESA


Em apenas três décadas, a organização já tinha se espalhado por toda a Europa ocidental e havia alcançado a Índia, a China e a América do Norte. Passou a ser conhecida, respeitada, mas, principalmente, temida. Não era para menos. Ficava difícil confiar em um grupo de homens ricos e poderosos, de diferentes áreas, que se reuniam a portas fechadas, usavam símbolos esquisitos (veja explicações ao longo da reportagem) e faziam juramentos de fidelidade à tal organização e ainda voto de silêncio. Também não ajudou muito o tanto de lendas que surgiu sobre a origem da maçonaria (em 1805, o historiador francês Charles Bernardin pesquisou 39 diferentes). Tinha para todos os gostos: alguns integrantes da ordem diziam que Noé era maçom, outros transformaram o rei Salomão ou os antigos egípcios em fundadores. Nem os templários escaparam (leia na pág. 33). A Igreja Católica se incomodou tanto que, em 1738, divulgou uma bula papal atacando a ordem, que décadas depois foi perseguida pela Inquisição.

Além do sigilo, o que perturbava era a atitude sempre à frente de seu tempo. Setenta anos antes da Revolução Francesa, esses homens cultos e influentes já defendiam a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Tratavam-se sem distinção e aceitavam todos os credos religiosos, uma atitude tremendamente avançada para a época. Os ateus, porém, eram barrados. “Não formamos uma religião, mas somos um grupo de pessoas religiosas. Nosso lema é fazer os homens bons ficarem melhores”, diz o maçom paulistano Cassiano Rampazzo, advogado de 35 anos. Com ele concorda a historiadora mineira Françoise Jean de Oliveira, co-autora do livro O Poder da Maçonaria. “A maçonaria não é religião, não tem dogmas. É um grupo que defende a liberdade de consciência e o progresso.” Isso não quer dizer que cada participante possa agir como bem entende. “Ao entrar na ordem, o membro é instruído sobre a ‘moral universal’, um conjunto de virtudes obrigatórias, como bondade, lealdade, honra, honestidade, amizade, tranqüilidade e obediência”, diz Françoise.

A falta de preconceito se restringia a diferenças políticas e religiosas. A fraternidade vetava analfabetos, deficientes e homens que não se sustentavam. As mulheres até hoje não são bem-vindas (com exceção da França). Além disso, no passado como no presente, só entra na ordem quem for convidado e passar por uma avaliação rigorosa: nada de gente indiscreta, protagonistas de escândalos, bêbados, brigões e adúlteros notórios. Ainda assim, para os aprovados, a maçonaria foi a primeira entidade a funcionar de acordo com os preceitos da democracia moderna. “Eles estimulavam debates abertos, em que todos podiam participar, além das eleições livres e diretas. Nada disso estava na moda no século 18. E, muito por influência dos próprios maçons, tornou-se corriqueiro no século 21”, afirma o historiador alemão Jan Snoek, professor da Universidade de Heidelberg e especialista no assunto.

Assim, nada mais natural que os líderes da Revolução Francesa de 1789 aderissem à maçonaria. Nos anos que antecederam a queda do Antigo Regime, os adeptos se multiplicaram. A influência foi tanta que uma canção composta e cantada na loja de Marselha foi batizada de A Marselhesa e transformada no hino do país. “Nem todos os ideólogos da revolução foram maçons. Marat e La Fayette eram, Robespierre e Danton, não. Mas, entre os inimigos da monarquia, mesmo quem não participava da ordem tinha sido influenciado por suas idéias”, afirma o historiador americano W. Kirk MacNulty, maçom há mais de 40 anos. Por Tiago Cordeiro.
A Maçonaria – Símbolos, Segredos, Significado, W. Kirk MacNulty, Martins Fontes, 2007.
Arquivos Secretos do Vaticano e a Franco-Maçonaria, José Ferrer Benimeli, Madras, 2007.
O Poder da Maçonaria, Françoise Jean de Oliveira e Marco Morel, Nova Fronteira, 2008.