quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

VIDAS PASSADAS


Porque não nos lembramos de vidas passadas?
Não nos lembramos das vidas passadas e nisso está a sabedoria de Deus.
Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos,
dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos,
não teríamos condições de viver entre eles atualmente.
Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são
os nosso filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos,
que presentemente se encontram junto de nós para a reconciliação.

Por isso, existe a reencarnação.
Certamente, hoje estamos corrigindo erros praticados contra alguém,
sofrendo as consequências de crimes perpetrados,
ou mesmo sendo amparados,auxiliados por aqueles que,
no pretérito, nos prejudicaram.
Daí a importância da família, onde se costumam reatar
os laços cortados em existências anteriores.
A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação,
como também, oportunidade de devotarmos nossos esforços
pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual.
Quando reencarnamos, trazemos um "plano de vida",
compromissos assumidos perante a espiritualidade
e perante nós mesmos, e que dizem respeito à reparação
do mal e à prática de todo o bem possível.
Texto: Autoria Desconhecido                   
Filme: Em Algum Lugar do Passado             

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O GRANDE DITADOR

Charles Chaplin * Trecho do Filme

Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que inteligência,
precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência e
tudo será perdido.
Aos que me podem ouvir eu digo:
- "Não desespereis"
A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do
que o produto da cobiça em agonia, da amargura de
homens que temem o avanço do progresso humano.
Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores
sucumbem e o poder que do povo arrebataram há
de retornar ao povo.
E assim, enquanto morrem homens,
a liberdade nunca perecerá. Soldados !
Não vos entregueis a esses brutais
que vos desprezam,
que vos escravizam,
que arregimentam as vossas vidas,
que ditam os vossos atos, idéias e sentimentos !
Não sois máquinas ! Homens é que sois !
E com o amor da humanidade em vossas almas !
Não odieis !
Só odeiam os que não se fazem amar, os que
não se fazem amar e os inumanos ! Soldados !
Não batalheis pela escravidão ! Lutai pela liberdade !
No 17º capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem, não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos ! Está em vós !
Vós, o povo, tendes o poder !
O poder de criar máquinas !
O poder de criar felicidade !
O poder de tornar esta vida livre e bela !
O poder de fazê-la uma aventura maravilhosa !

Portanto, em nome da democracia, usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo, um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança
à velhice. Lutemos agora para libertar
o mundo, abater as fronteiras nacionais,
dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão,
um mundo em que a ciência e o
progresso conduzam à ventura de todos nós.
Onde te encontres, levante os olhos !
O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam !
Estamos saindo da treva para a luz !
Vamos entrando num mundo novo,
um mundo melhor, em que os
homens estão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos!
A alma do homem ganhou asas e,
afinal, começa a voar.
Voa para a luz da esperança.
Ergue os olhos !
Ergue os olhos !

CAÇA ÀS BRUXAS


A partir de 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas (1882-1954) ao poder, a maçonaria brasileira passou a ser estigmatizada. Os delírios do integralista Gustavo Barroso (1888-1959), de que a entidade unira-se ao judaísmo para controlar a humanidade, faziam sucesso. O mesmo surto ocorreu em outros países. Na União Soviética, Leon Trótski (1879-1940) denunciou um suposto complô maçom-judaico para dominar o planeta. Adolf Hitler (1889-1945), que dizia que a maçonaria era uma arma dos judeus, mandou fechar todas as lojas alemãs, prendeu líderes e, em 1937, organizou a Exposição Antimaçônica. Aberta em Munique pelo ministro da propaganda, Joseph Goebbels, a mostra reunia peças de lojas invadidas. Na Espanha, em 1940, o general Francisco Franco (1892-1975) proibiu a existência dos grupos e condenou seus membros a seis anos de prisão.
Nem só a perseguição fez organização perder poder. “A maçonaria não se adaptou aos novos tempos, diz Françoise Souza. “Ela foi poderosa enquanto era um local único de reunião de pessoas. Com a consolidação da sociedade civil, surgiram outros espaços associativos, como partidos, sindicatos e organizações não governamentais. Além disso, causas clássicas da maçonaria, como a liberdade religiosa, viraram direitos. Mas ainda existe locais onde a segurança e a valorização da liberdade de expressão é fundamental. É o caso de Israel. Em Jerusalém, as lojas reúnem cristãos, judeus e muçulmanos, que conversam abertamente, trocam experiências e sabem que podem confiar uns nos outros, afirma o historiador Jan Snoek. Em lugares assim a maçonaria continua, como era em suas origens, uma organização inovadora.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O AMOR

Fernando Pessoa
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

PERNAMBUCO APRESENTA O CARNAVAL

REFLEXÃO MAÇÔNICA

 
Quando estiver   em  conflito,  o M.·. M.·. deve voltar simbolicamente ao varal do tempo, buscando no fundo de seus “guardados” o seu Av.·. de AP.·., revestir-se com o mesmo, ocupando assim o Topo da Col.·. N.·. !
 
Haroldo  Cotrim  -  MM

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

MONÓLOGO DAS MÃOS


Ghiaroni (imortalizado por Procópio Ferreira).

Para que servem as mãos? As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever......

As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário; Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena; foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidia a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!

Foi com as mãos que Judas pos ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar.

Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba! Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia! As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.

Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do «Homo Rebus» lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.

Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas. A mão aberta,acariciando, mostra a bondade;
fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;
doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;
Jesus abençoava com as mãos; as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.

Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.

E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.

Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.

E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração para, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O DIA DO FREVO


EVOCAÇÃO Nº 1
Frevo de Nelson Ferreira (1957)

Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon
Cadê teus blocos famosos
Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos, Apôs-Fum
Dos carnavais saudosos
Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon
Cadê teus blocos famosos
Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos, Apôs-Fum
Dos carnavais saudosos

Na alta madrugada
O coro entoava
Do bloco a marcha-regresso
E era o sucesso dos tempos ideais
Do velho Raul Moraes
Adeus adeus minha gente
Que já cantamos bastante
E Recife adormecia
Ficava a sonhar
Ao som da triste melodia
 
 Nelson Ferreira foi um dos grandes compositores de frevo e suas "Evocações", do número um ao sete ficaram muito famosas. Autor de mais de duzentas composições, foi um artista sempre dedicado à música, ao rádio e ao disco, tendo sido grande incentivador da formação de inúmeros conjuntos musicais e blocos carnavalescos. Nesta "Evocação nº 1" Nelson Ferreira presta  homenagem aos grandes nomes dos carnavais do passado.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

JOSUÉ DE CASTRO

KARL MARX


"A revolução social do século XIX não pode tirar sua poesia do passado, e sim do futuro. Não pode iniciar sua tarefa enquanto não se despojar de toda veneração supersticiosa do passado. As revoluções anteriores tiveram que lançar mão de recordações da história antiga para se iludirem quanto ao próprio conteúdo. A fim de alcançar seu próprio conteúdo, a revolução do século XIX deve deixar que os mortos enterrem seus mortos. Antes a frase ia além do conteúdo; agora é o conteúdo que vai além da frase. "Karl Marx

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CRÔNICA DA LOUCURA - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos. Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.

Durante quarenta anos, passei longe deles . Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal.

O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco.        

Ninguém olha para ninguém. O silêncio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses.     

Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos:        

Na última quarta-feira, estávamos:
1. Eu
2. Um crioulinho muito bem vestido,       
3. Um senhor de uns cinquenta anos e  
4. Uma velha gorda.    

(1) Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do princípio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados.  

(2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina. 

(3) E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assuou  o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.       

(4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava na quinta dezena em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.        

Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista.

Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera.      

Ele ri... Ri muito, o meu psicanalista, e diz:        

- O Ditinho é o nosso office-boy.   

- O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades.

- E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.        

-"E você, não vai ter alta tão cedo...."

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

SONETO AO AMOR DA FÊNIX


Eis que a paixão de outrora,
Renasce do amor e glória.
Eis que a noite já chora,
Contrapondo a aurora.
Ressurge o amor que morrera,
Dentre cinzas e poeira,
Como a Fênix guerreira,
A estrela derradeira.
Troca-se o pranto por perdão,
O agora pelo sempre.
Une-se alma e coração.
Habitarás em meu peito,
Meu amor será teu leito.
Justo, divino, Perfeito.
Allan Sobral