sexta-feira, 29 de abril de 2011

MOZART - MÚSICA FUNERAL MAÇÔNICO


A SALA DOS PASSOS PERDIDOS

Revista Universo Maçônico

Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: “E uma expressão estranha, a primeira vista sem significado, mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”.





Isto nos faz crer que os fundadores do parlamento inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato, daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum.

Em 1776, a grande Loja de Londres inaugurou o primeiro templo maçônico e buscou no parlamento inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do V.’. M.’. e o lugar dos IIr.’. nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o parlamento inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro templo maçônico. Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos.
Mackey diz: o sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.

Nas lojas Maçônicas do Brasil como as de Paris, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a ante-sala do Templo. Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida, para concluir, no rito Schroder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão, “Ante-sala do Templo”.

Enfim a “Sala dos Passos Perdidos”, é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinado a receber os visitantes, onde as pessoas possam andar livremente, como se fosse uma sala de espera, onde nos cumprimentamos brincamos, tratamos de negócios, assinamos o livro de presenças o tesoureiro faz as cobranças, enfim um local de socialização, o M.’. de Cer.’. distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no templo, forma-se o ambiente adequado e que conduza a um bem-estar, um refugio, aonde os amigos irão se abraçar e uma vez devidamente paramentados são convidados pelo M.’. de Cer.’. a ingressarem no Átrio.        

O ÁTRIO

Designa genericamente os três grandes recintos do templo de Salomão, o primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitida a entrada de qualquer um que fosse orar, o segundo era o átrio de Israel, onde somente os hebreus podiam penetrar, (depois de haverem sido purificados) e o terceiro era o átrio dos sacerdotes, onde se erguia o local dos holocaustos e os sacerdotes exerciam seus mistérios.

Ir.’. Walter Luiz Pereira • M.’.M.’.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A OSTRA E A PÉROLA


“Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas...”
Pérolas são produtos da dor; resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.
As pérolas são feridas curadas. Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada NÁCAR. Quando um grão de areia a penetra, as células do NÁCAR começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando. Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada...
Você já se sentiu ferido(a) pelas palavras rudes de alguém?
Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?
Suas idéias já foram rejeitadas, ou mal interpretadas?
Você já sofreu os duros golpes do preconceito?
Já recebeu o troco da indiferença?
ENTÃO, PRODUZA UMA PÉROLA!!! Cubra suas mágoas com várias camadas de amor. Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam em melhorar, curar-se. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando as feridas abertas, alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos e, portanto, não permitindo que cicatrizem.
Assim, na prática, o que vemos são muitas "Ostras Vazias”, não porque não tenham sido
feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.
Um sorriso, um olhar, um gesto, na maioria das vezes fala mais que mil palavras!
(Desconheço a autoria)  

terça-feira, 26 de abril de 2011

O TIJOLO


" Um jovem e bem sucedido executivo dirigia,
em alta velocidade sua nova Ferrari.
De repente um tijolo espatifou-se na
porta lateral da Ferrari!
Freou bruscamente e deu ré até o lugar de onde
teria vindo o tijolo.
Saltou do carro e pegou bruscamente uma criança,
empurrando-a contra um veículo estacionado e gritou:
- Por que isso?
Quem é você?
Que besteira você pensa que está fazendo?
Este é um carro novo e caro.
Aquele tijolo que você jogou vai me custar muito dinheiro.
Por que você fez isto?
- Por favor senhor me desculpe, eu não sabia mais o que fazer!
Implorou o pequeno menino.
- Ninguém estava disposto a parar e me atender neste local.

Lágrimas corriam do rosto do garoto, enquanto
apontava na direção dos carros estacionados.
- É meu irmão.
Ele desceu sem freio e caiu de sua
cadeira de rodas e não consigo levantá-lo.
Soluçando, o menino perguntou ao executivo:
- O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua
cadeira de rodas?

Ele está machucado e é muito pesado para mim.
Movido internamente muito além das palavras, o jovem
motorista engolindo "um imenso nó" dirigiu-se ao
jovenzinho, colocando-o em sua cadeira de rodas.
Tirou seu lenço, limpou as feridas e arranhões, verificando
se tudo estava bem.
- Obrigado e que Deus possa abençoá-lo,
agradeceu a criança.
O homem viu então o menino se distanciar...empurrando
o irmão em direção à casa.

Foi um longo caminho até a Ferrari....
um longo e lento caminho de volta.
Ele nunca consertou a porta amassada.
Deixou assim para lembrá-lo de não ir tão rápido
pela vida,sem que alguém precisasse atirar um tijolo
para obter a sua atenção.

"Deus sussura em nossas almas e fala aos nossos corações.
Algumas vezes, quando não temos tempo de ouvir,
ELE tem de jogar um TIJOLO em nós"
Autor Desconhecido. 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

AUGUSTO DOS ANJOS



VERSOS ÍNTIMOS

 
 Vês ! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera !
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro
A mão que afaga é a mesma que apedreja


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga
Escarra nessa boca que te beija


VANDALISMO

Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Com os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
           Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!

A LEITURA DO MUNDO PRECEDE A LEITURA DA PALAVRA

Por Natanael Lima Jr*

Resenha crítica baseada na obra de Paulo Freire, “A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam.”
           A obra traça um painel onde demonstra que a prática da leitura do mundo e da palavra estimula o leitor a pensar e refletir a realidade nua e crua a sua volta. São três artigos que se completam: a importância do ato de ler; alfabetização de adultos e bibliotecas populares: uma introdução; o povo diz a sua palavra ou a alfabetização em São Tomé e Príncipe.
No primeiro artigo o autor mostra que a leitura do mundo precede a leitura da palavra e propõe um novo modelo de alfabetização alicerçado nas palavras que expressam os diversos saberes oriundos do conhecimento adquirido ao longo da vida.
No segundo artigo, o autor trata da alfabetização de adultos e de bibliotecas populares, conjugando os referidos assuntos a importância da prática da leitura e sua compreensão da realidade. Afirma o autor que não há como negar a natureza política do processo educativo e nem o caráter educativo do ato político, fazer política é também um ato educativo.
No último artigo, o autor relata sua experiência na área da alfabetização de adultos na República Democrática de São Tomé e Príncipe. Descreve seu esforço em implantar um modelo de alfabetização politizado a serviço da reconstrução do país.
A prática da leitura não corresponde apenas a uma simples decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê. A leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido de texto, não podendo transformar-se em uma simples decodificação de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos. Portanto, ressaltamos a necessidade do conhecimento prévio de mundo para compreensão da leitura, o qual pode inferir o caráter subjetivo que essa atividade assume.
Segundo o escritor Leonardo Boff, cada pessoa lê com os olhos que tem e interpreta onde os pés pisam. Para compreender o que alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma reeleitura.
A obra resenhada leva-nos a compreensão da prática democrática e crítica da leitura de mundo e da palavra, mostra-nos que a leitura não deve ser memorizada como um ato mecânico qualquer, ela deve ser desafiadora e que nos ajude a refletir e analisar a realidade que nos cerca.
Dessa forma, consideramos de fundamental importância a leitura da obra, no sentido de podermos rever nossa prática da leitura de mundo e começarmos a avaliar que, a importância do ato de ler, não está na compreensão equivocada de que ler é apenas devorar livros, sem realmente serem lidos e compreendidos. Trata-se, sem dúvida, de uma obra exemplar e esclarecedora sobre a importância da leitura para a conquista da autonomia e da liberdade em todos os sentidos e, principalmente, para a formação de cidadãos críticos e conscientes.
*Natanael Lima Jr professor, poeta, membro da Academia Cabense de Letras e da    Academia de Estudos Literários e Linguísticos de Anápolis – GO. Atualmente é Assessor de Relações Públicas da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes – PE.

  natanaeljr12@hotmail.com  15 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

NA PRÁTICA É IMPOSSÍVEL?

Os teóricos falam por si mesmos. Nenhuma ocorrência em suas vidas revela uma experiência que possa comprovar a pregação vociferante com que alardeiam sua inscrição nas supostas castas superiores da existência.
Imaginem um ser da magnitude de Buda recitando as sublimes sutras com o coração repleto de ilusões e desejos. Imaginem São Francisco de Assis vestindo sofisticados paramentos e pompas, bebendo e comendo como um desenfreado. A distância que existe entre a prática e a teoria é a mesma que separa o homem do animal. Com uma diferença em favor dos animais: eles não dissimulam, não premeditam, não alteram as leis nem dão tampinhas no ombro. Por isso eram chamados de irmãos por São Francisco: irmão lobo, irmão pombo, irmão gato, irmão peixe. Para o santo, tudo respira fraternidade: irmão Sol, irmã Lua...
 Quando São Francisco dizia "Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa Paz" é porque ele punha em prática a Paz. Ninguém presenciou o Poverello de Assis incitando as pessoas à revolta. Nem fuxico, nem fofocas. Quando ele dizia "onde houver ódio, que eu leve o amor" é porque sua vida consistia em perdoar, fazia isso o tempo todo. Quando ofendido, ele levava o perdão, onde houvesse discórdia, levava a união. (Imagino que São Francisco não tivesse dedo, pois nunca se ouviu dizer que ele apontara o dedo para outra pessoa.) Mesmo imaginando um absurdo: que Francisco de Assis não fosse um Cristão - ele agiria exatamente dessa forma porque esta era a sua natureza íntima, sua verdade e sua experiência de vida. Onde havia dúvida, ele levava a fé, onde percebesse o erro, a verdade - sem qualquer estardalhaço ou discurso tonitruante. Era prático e não teórico, era um discípulo dos ensinamentos de Jesus e também como um Buda: conhecia as raízes do sofrimento, sua natureza, sua origem, e o meio que conduz à beatitude. Desejoso de bem empregar sua vida, Francisco foi um homem feliz apesar de sempre pensar na morte e estar preparado para ela. Onde presenciou o desespero, levou a esperança, onde percebia a tristeza, levou alegria. Foi pela experiência pessoal, pela reflexão e pelo exemplo de vida que as palavras de Francisco de Assis escaparam da letra morta (teoria) e pulsam, ainda hoje, no âmago de cada homem e mulher. Levou a Luz onde havia trevas; ensinou a virtude pelo exemplo, combatendo os vícios através de uma vida comedida e pura.
 - Buda, Jesus e São Francisco optaram pela modéstia ao invés da humildade. A modéstia é melhor porque vem do coração. A humildade muitas vezes procede da razão como vestimenta ou capa de proteção. Já ouvi dizer que a maior das vaidades está sob essa capa de humildade e pode irromper, como uma fera, a qualquer instante e à menor provocação. Por outro lado, a modéstia é decência, compostura, moderação e sobriedade, especialmente no falar.
 Quando a capa da humildade reveste os pusilânimes, eles "dão seu show particular e jogam para a plateia". Pensam que não são observados e se esquecem de que apenas a curiosidade os conduziu aos portais sagrados da Iniciação e ao lugar que ocupam; que, no íntimo, têm receio de serem descobertos. Inconscientemente, ainda buscam mais auferir lucros materiais e distinções humanas do que servir aos semelhantes. Alerta! Quanto mais dissimulados são, mais estão descobertos.
Os fatos estão bem aqui, debaixo dos nossos narizes.
 - Engana-se quem supõe permanecerem invisíveis suas intenções. Nada escapa à visão criteriosa dos que nos cercam. (Sou testemunha disso: não foram poucas as vezes que meus verdadeiros amigos e irmãos me alertaram nesse particular.) Aprendi que a "massa" sorri e nos presta reverência em público. Curvar a coluna e aplaudir é fácil, mera questão de treino e o hábito de agachar-se. Presenciamos isso a todo instante. Mas, nos pequenos grupos e na solidão de nossas meditações sabemos separar o joio do trigo. Esta é a grande força invisível que, sem pressa, pela evolução e não pela revolução - está mudando o mundo.
Você acha difícil? Eu também acho.
Acha impossível? Então...
Área de Estudo: Comportamento, Consciência, Espiritualidade, Maçonaria, Moral.
José Maurício Guimarães, maçom de nacionalidade brasileira.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Feliz Páscoa a todos/as no modo reflexivo-filosófico de ser nas palavras de Frei Betto.


Feliz Páscoa aos que desdobram a subjetividade, rompendo a casca do ego para deixar renascer a mulher ou o homem novo, e a quem se nutre de TV sem enxergar as maravilhas encerradas no próprio peito.

Feliz Páscoa aos artífices da paz que, entre conflitos, exalam suavidade, não achibatam com a língua a fama alheia, nem naufragam nas próprias feridas. E aos emotivos que deixam escapar das mãos as rédeas da paciência e nunca abandonam as esporas da ansiedade.

Feliz Páscoa aos que tecem com o olhar o perfil da alma e, no silêncio dos toques, curam a pele de toda aspereza. E aos amantes tragados pelo ritmo incessante de trabalho, carentes de carícias, que postergam para o futuro o presente que nunca se dão.

Feliz Páscoa a quem acredita ser o ovo portador de vida, sem que a fé exija que o quebre, e aos incrédulos e a todos que jamais dobraram os joelhos diante do mistério divino.
Feliz Páscoa aos que identificam as trilhas aventurosas da vida mapeadas na geografia de suas rugas e não se envergonham da topografia disforme de seus corpos. E a todos aqueles que, robotizados pela moda, se revestem de estátuas gregas carcomidas pela anorexia, sem se dar conta de que a mente mente.

Feliz Páscoa aos que ousam ser gentis e doces, sem pudor de abraçar o menino que carregam dentro de si. E aos afoitos, competitivos, turbinados e sarados, enamorados da própria vaidade, incapazes de suportar uma fila de espera.
Feliz Páscoa aos que sabem amarrar o seu burrico à sombra da sabedoria e jamais negociam a felicidade em troca de uma arroba de milho que, vista à distância, parece pepita de ouro. E aos idólatras do dinheiro, fiéis devotos dos oráculos do mercado, reféns de pobres desejos que, saciados de supérfluos, nunca alcançam o essencial.
Feliz Páscoa a quem abre caminhos com os próprios passos e cultiva em seus jardins a rosa dos ventos. E aos que colhem borboletas ao alvorecer e sabem que a beleza é filha do silêncio.
Feliz Páscoa aos que garimpam utopias nos campos da miséria e trazem seus corações prenhes de indignação, sem jamais olvidar o próximo como seu semelhante. E aos que, montados na indiferença, atropelam delicadezas, até que a dor lhes abra a porta do amor.
Feliz Páscoa aos que nunca fecham a janela ao horizonte, regam suas raízes e não temem pisar descalços a terra em que nasceram. E aos que se embriagam de chuvas, ofertam luas à namorada e fazem da poesia a sua lógica.
Feliz Páscoa aos colecionadores de araucárias, que enfeitam de sonhos suas florestas e, na primavera, colhem frutos de plenitude. E aos que brincam de amarelinha ao entardecer e desconfiam dos adultos exilados da alegria.
Feliz Páscoa aos que se repartem nas esquinas, distribuem aos passantes moedas de sol e, nada tendo, nada temem. E aos que, ao desjejum, abrem sua caixa de mágoas e recontam uma a uma, gravando nos cadernos do afeto dívidas e juros.
Feliz Páscoa aos que caminham sobre tatames e, por terem muita pressa de chegar, jamais correm. E aos navegadores solitários, pilotos cegos e peregrinos mancos, que se arrastam pelas trilhas da desesperança.
Feliz Páscoa aos políticos obrigados a inventar, para os outros, o futuro que não se deram no passado, e estendem sorrisos para mendigar votos. E aos que não se deixam iludir pela insipidez da política e nem atiram seus votos na lixeira do desinteresse, alimentando ratos.
Feliz Páscoa aos trovadores de esperanças, aos fazendeiros do ar e aos banqueiros da generosidade, que sabem tirar água do próprio poço. E aos que mantêm em cada esquina oficinas de conserto do mundo, mas desconhecem as ferramentas que arrancam as dobradiças do egoísmo.
Feliz Páscoa a quem seqüestra o melhor de si, escondendo-o nas cavernas de suas mesquinhas ambições, sem coragem de pagar o resgate da humildade. E aos que nunca banem do espírito a presença de Deus e fazem da vida uma or/ação.
Feliz Páscoa às bailarinas fantasiadas de anjos que sobem, na ponta dos pés, a curva policrômica do arco-íris, e aos palhaços ovacionados que, no camarim, se miram tristes no espelho, vazios da euforia que provocam.
Feliz Páscoa aos que descobrem Deus escondido numa compota de figos em calda ou no vaga-lume que risca um ponto de luz na noite desestrelada. E aos que aprendem a morrer, todos os dias, para os apegos de desimportância e, livres e leves, alçam vôo rumo ao oceano da transcendência.    

• Frei Betto é escritor, autor de “Treze contos diabólicos e um angélico” (Planeta), entre outros livros.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ESTRELAS AO MAR


Um escritor que morava numa praia tranquila, junto a uma colônia de pescadores, tinha como hábito todas as manhãs passear a beira-mar para inspirar-se e de tarde escrever.
Um dia, caminhando na praia, ele viu uma imagem curiosa viu uma pessoa que parecia dançar.
Quando chegou mais perto viu que era uma jovem pegando na areia estrelas-do-mar, uma por uma, e jogando-as novamente de volta ao oceano.
Chegou perto e disse:
- Por que você está fazendo isso?
- Você não vê? Disse a jovem.
- A maré está baixa e o sol está quente!
- Elas vão secar ao sol e morrer se ficarem aqui!
O escritor riu e disse:
- Minha jovem existe milhares de quilômetros de praias por este mundo afora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pelas praias.
- Que diferença faz, você jogar umas poucas de volta ao oceano? Pois a maioria vai padecer de qualquer forma!
A jovem pegou mais uma estrela na areia, e jogou-a de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:
-Mas para a vida dessas estrelinhas que devolvi ao mar, eu fiz a diferença...

Naquela tarde o escritor não conseguiu escrever, mal conseguiu dormir, somente pensando naquelas palavras ditas pela jovem.
De manhãzinha foi para a praia, reuniu-se a jovem, e juntos salvaram muitas estrelinhas jogando-as de volta ao mar.


Podemos fazer deste mundo um lugar melhor para vivermos!
Podemos fazer com que pequenas ações se tornem grandes!
Fazendo cada um a sua parte!
Fazendo cada um a diferença!
 
Autoria desconhecida

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O CONHECIMENTO E SUAS PERSPECTIVAS


Antes de qualquer coisa, precisamos dar uma definição ao que é o conhecimento: Utilizando as palavras da Maria Aranha: “O conhecimento é o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.” E essa relação, durante toda a história da Filosofia, foi bastante discutida e trouxe muitos problemas, especialmente na contemporaneidade.

Existem basicamente 5 correntes que afirmam a possibilidade do conhecimento, e segundo a definição de Hessen; são elas:
Dogmatismo: Não existe um problema no conhecimento, pois o sujeito pode claramente conhecer o objeto exatamente da forma que ele é. Os principais representantes dessa corrente são os filósofos pré-socráticos;
Ceticismo: Oposto do dogmatismo, é impossível para o sujeito conhecer o objeto, logo devemos suspender completamente nosso juízo (epoché). Pode ser divido em ceticismo lógico, metafísica, ético ou religioso, metódico e sistemático. Seu principal representante e fundador é Pirro de Ellis (360-270 a.C.);
Subjetivismo e relativismo: Para essas correntes, a verdade existe, mas não de forma universal. Enquanto que o subjetivismo defende que ela dependerá do sujeito, o relativismo dirá que ela também dependerá de fatores externos, como o contexto temporal e espacial em que o sujeito está inserido. Os grandes representantes deste pensamento são os sofistas;
Pragmatismo: Para os pragmáticos, é verdadeiro aquilo que é útil, pois para eles o homem é um ser prático, ativo e dotado de vontade e, portanto, o sentido do conhecimento humano estaria ligado à prática. Teve origem nos Estados Unidos, sendo seu fundador William James (1842-1910).
Criticismo: Confia na possibilidade de conhecimento, como os dogmáticos, mas acredita que é preciso, antes de tudo, colocar qualquer tipo de afirmação à prova da razão. O principal teórico desta corrente é Immanuel Kant (1724-1804).
Certamente, o relativismo e o subjetivismo são as correntes mais aceitas pelos filósofos contemporâneos. Como afirma Marilena Chauí, o relativo, o incerto torna-se uma das características da pós-modernidade quando “Freud põe em dúvida o poderio da consciência, (...) os antropólogos descrevem a pluralidade cultural regida por necessidades internas de cada cultura (...) e Marx revela o poderio da ideologia e também os imperativos econômicos”.        

Todos os grandes pensadores de nossa época, como Foucault, Deleuze, Derrida, Nietzsche, Husserl, dentre outros, irão defender esse conceito, que é o que rege ciências como a Sociologia, a Antropologia e a Pedagogia.         

Outro ponto dos contemporâneos é a ausência da dicotomia sujeito-objeto na questão do conhecimento. Este ponto já é visto como superado, e hoje fala-se de atores dentro da questão do conhecimento, o que tira a limitação de ter de circular entre apenas dois atores (sujeito e objeto), enquanto na verdade existem muitos, como o contexto histórico, o laboratório, a Academia de Ciências, etc. Com isso, o conhecimento, quer seja dentro da ciência, da educação, da filosofia, ou de qualquer outro âmbito, toma um prisma histórico, estando aberto à todas as caracteristicas do contexto que o circunda, eliminando definitivamente qualquer ideia de absolutismo dentro das criações e perspectivas humanas.
Fonte: http://filosofiadocaos.blogspot.com/

quinta-feira, 14 de abril de 2011

NÃO ESTÁ NO AURÉLIO

ABANDONO = Quando a jangada parte e você fica. 
ADEUS = O tipo de tchau mais triste que existe.
ADOLESCENTE = Toda criatura que tem fogos de artifício dentro dela.
ARTISTA = Espécie de gente que nunca vai deixar de ser criança.
AUSÊNCIA = Uma falta que fica ali presente.
FOTOGRAFIA = Um pedaço de papel que guarda um pedaço de vida nele.
FILHO = Um serzinho adorável e todo seu, que um dia cresce e passa a ser todo dele.
GELO = Aquilo que a gente sente na espinha quando o amor diz que vai embora.
LEALDADE = Qualidade de cachorro que nem todas as pessoas tem.
LÁGRIMA = Sumo que sai dos olhos quando se espreme o coração.
OUSADIA = Quando o coração diz pra coragem: “Vá!”, e a coragem vai mesmo.
“Nosso coração sabe imediatamente aquilo que nossa mente custa a descobrir."

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O POETA VAI À LUTA

Por Celina de Holanda

Quando a palavra é muito pouco
para o amigo
e minhas mãos estão vazias,
sua urgência dói
como nervo exposto ao frio,
a dor, esticando o fio,
no espanto de vê-lo erguer-se
silencioso e partir
com sua lança tão frágil
vergando na ventania.


E ERA O ENGENHO BRILHANTE

E era Yayá, caseira
Do antigo engenho Brilhante,
Seca de corpo, viúva
Desse querer redondo
De esposa e mãe, Yayá
Só lágrimas por minha mãe
Morta ainda jovem e que amara
Noutras terras desde a infância
Na casa dos meus avós
João Batista Acyoli Wanderley Lins
E sua mulher Joana
A que chamavam Doninha
Dos Pais Barreto do Cabo
Unindo os Barreto aos Lins.

Lembrando o engenho Brilhante
Nos vidros da guilhotina
De suas janelas amplas,
Se passo lembro a menina,
De verde, só vejo as canas,
De vivo, só o cavalo
Pisoteia a estribaria,
Solta a energia no pasto
Enquanto aguarda seu dono
(meu Tio, depois meu sogro)
Doutor Manuel Clementino
Cavalcanti de Albuquerque,
Senhor do engenho Pantôrra,
Pela Europa viajando.

Fonte: Cadernos da Poesia Pernambucana 2
Edições Pirata – Geração 65
(Págs. 16 e 17)
Celina de Holanda Cavalcanti de Albuquerque é a Patrona da Academia Cabense de Letras.

A INVEJA


Um certo dia na floresta, uma cobra começou a perseguir um vagalume. Seguiu a sua luz durante um certo tempo, tentando atacar o pobre inseto.
         O vagalume fugia rapidamente, com medo da cobra que a cada instante ficava mais instigada com a caçada fatal.
         Esta novela durou vários dias, mas a cobra não desistia. O vagalume já estava ficando cansado, exausto, exasperado com a situação. Um dia, o pequeno inseto, já sem forças, parou e disse:
         - Posso lhe fazer quatro perguntas? Depois você me devora.
         - Não costumo ser indulgente com as minhas presas, mas já que vou lhe comer mesmo, pode perguntar.
         - Eu faço parte da sua cadeia alimentar?
         - Não.
         - Eu lhe fiz algum mal?
         - Não.
         - A minha carne é suficiente para aplacar a sua fome?
         - Não.
         - Então, por que você quer me comer?
                - Porque não suporto ver você brilhar!!!!!
Esta é uma maravilhosa lição de vida, pois diz respeito à forma como as pessoas se postam perante as outras. De repente é importante se fazer uma reflexão e indagarmos a nós mesmos, qual o nosso papel? Cobra ou vagalume? Com certeza, muita gente ostenta o semblante de vagalume, porém lá no íntimo, muitas vezes até sem perceber, rastejam como a pior das cascavéis.

"Pense nisso e selecione melhor as pessoas em quem confiar."