quinta-feira, 28 de julho de 2011

DIMINUA O RITMO


Alguma vez você já observou crianças num carrossel?

Ou uma escola de samba inteira na avenida?

Ou ouviu a chuva batendo no chão?

Alguma vez já seguiu o vôo de uma borboleta?

...ou fixou o olhar no sol no crepúsculo?

É melhor você diminuir o passo.

Não dance tão depressa...
...o tempo é curto, a música vai acabar...

Você corre através de cada dia voando?

É melhor você diminuir o passo.

Não dance tão depressa...
...o tempo é curto, a música vai acabar...

Você disse alguma vez a uma criança:
Vamos deixar para fazer isto amanhã?

E na sua pressa, não viu a tristeza dela?

Perdeu contato, deixou uma boa
Amizade morrer porque você nunca
Tinha tempo para ligar e dizer "oi"?

É melhor você diminuir o passo.

Não dance tão depressa...
...o tempo é curto, a música vai acabar...

Quando você corre tão depressa
Para chegar a algum lugar,
Você perde metade da satisfação de chegar lá.

Quando você se preocupa
E se apressa em seu dia todo,
É como se fosse um presente que não foi aberto...

Um presente jogado fora!

A vida não é uma corrida...

... Leve-a mais devagar...
... Ouça a música...
... Antes que a canção acabe!


(autoria desconhecida)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

UMA VIDA DE PROBABILIDADES

Viver em busca da felicidade, esse é o chavão eterno do homem, que muitas vezes nem mede as consequências para atingi-lo. Daí ele se depara com os conflitos existenciais inerentes à própria formação humana. Vive-se uma existência de probabilidades, onde as paixões se confundem com os acertos e os induzem a permanecer nessa estrada de tentativas, complementada de erros e frustrações.

Torna-se imprescindível, uma postura equilibrada principalmente na tomada de decisões, pois os posicionamentos, muitas vezes, escapam à normalidade, ou seja, o senso de justiça, a imparcialidade. Como é difícil o homem transitar sem se deixar desviar pelas tentações alienatórias! De forma contumaz, sem perceber, subitamente, ele está totalmente mergulhado nessa avalanche destruidora, servindo de conforto, simplesmente, o fato óbvio dele não ser o único.

Ter uma visão ampla com uma consciência prática, observando todas as variantes possíveis, torna-se muito difícil, principalmente nessa enxurrada de supérfluos, de forma enlouquecedora, incentivada pela globalização diante das novas tecnologias.

Como fica o cidadão simples que depende dessas soluções e desses apoios?  Está Cada vez mais difícil uma resposta coerente e esses resultados de probabilidades inconsequentes transmitem a impressão que vem de muito longe, desde as cavernas, tendo ainda que o acompanhar por um longo período.

É imprescindível continuar mantendo a crença em Deus que é o Grande Arquiteto do Universo, só ele ensinará o caminho da verdadeira iluminação, sem os ranços opacos da intolerância, do preconceito, da corrupção, da tirania, dos erros e principalmente da ignorância...

João Sávio Sampaio Saraiva é membro da ACL Academia Cabense de Letras e da AMLO Academia Maçônica de Letra de Olinda.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

AMIGOS

No "Dia do Amigo" façamos uma reflexão e certamente encontraremos a palavra saudade, e aí perceberemos nossas forças revitalizando e a vontade de acontecer vindo à tona, como um chamamento... É hora de se dar mais uma vez as mãos, de sonharmos juntos, sempre...  
João Sávio.

Vinicius de Moraes

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho
deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem desaparecidos todos os meus amores,
mas enlouqueceria se desaparecessem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências ...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.

Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese,
dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...

Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

LÍRIOS, TULIPAS & ESCORPIÕES


Primeiramente, há de se deixar bem clara nessa proposta literária de Valéria Saraiva, três aspectos a serem considerados. Em primeiro lugar coloco o propósito da poetisa, em construir respostas dentro de uma abstração, para uma arte que procura sanar o que ela considera como o irremediável vácuo da sua geração, como produtora de arte. Em segundo lugar a grandeza artística que efetivamente é manifestada aqui como poesia, transpondo as fronteiras além da imaginação e confortando íntimos correlacionados.  E em último lugar o conteúdo apresentado dá uma conotação intelectual à autora: clarividência do pensamento sobre o mundo, a concreta reflexão acerca do outro e sobre si mesma, o mergulho nas águas profundas da alma humana e um gênio professoral.  Valéria Saraiva nos induz a alcançar uma poetisa pedagógica – uma poesia que educa, uma orquestração filosofante – mesmo que lá nas entranhas, se dê a perceber, um evidente querer dar o que pensar, próprios dos modos de sabedoria. Pretende Valéria Saraiva apenas provocar a imaginação artística dos outros, doando-lhes matéria prima.
A poesia que aqui se publica é primorosamente condensada em sua construção formal (os fatos históricos, a terra esquecida, as origens, os impactos alertadores que tanto ensina) e generosamente engrandecida, tanto no espectro multifocal dos cenários (as concretas e principalmente as psicológicas) quanto à longa abrangência dos poemas, frutos da justaposição dos fragmentos unidos a um tipo de suspiro transversal das mesmas conjunções da escrita musical.   A capacidade intelectual e o gênio globalizado muitas vezes não estão em muitos, está diante de um caso em que se traduz numa só.  Na Superabundância de potências de uma só poetisa. Valéria Saraiva permite-se ao longo da sua produtiva vida intelectual, diversificar a inteligência e fazer crescer o seu gênio.
Parabéns, querida sobrinha, vamos continuar a alimentar essa chama poética na semântica dos redemoinhos tropicais do Araripe, migrando ao Atlântico com sua sonoridade Virgolineana e arrastando-se na caatinga e nos fluxos armoriais do Capibaribe, Ipojuca e Pirapama.
João Sávio Sampaio Saraiva é membro da Academia Cabense de Letras e da Academia Maçônica de Letras de Olinda.  

sexta-feira, 8 de julho de 2011

EU CANTAREI DE AMOR TÃO DOCEMENTE

                                                 Luís Vaz de Camões (1524/5-1580)

Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.

Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.

Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

Porém, para cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

RETRATO

Por Cecília Meireles

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

INOCENTE OU CULPADO?


     Conta uma lenda que, na Idade Média, um homem muito religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade, o autor do crime era uma pessoa influente no reino e, por isso, desde o primeiro momento, se procurou um bode expiatório para acobertar o verdadeiro assassino.
     O homem injustamente acusado de ter cometido o assassinato foi levado a julgamento. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo das falsas acusações. A forca o esperava!
     O juiz, que também estava conluiado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado para que provasse sua inocência.
    Disse o desonesto juiz: — Como o senhor, sou um homem profundamente religioso. Por isso, vou deixar sua sorte nas mãos de deus. Vou escrever em um papel a palavra INOCENTE e em outro a palavra CULPADO. Você deverá pegar apenas um dos papéis. Aquele que você escolher será o seu veredicto.
     Sem que o acusado percebesse, o inescrupuloso juiz escreveu nos dois papéis a palavra CULPADO, fazendo, assim, com que não houvesse alternativa para o homem. O juiz, então, colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um. O homem, pressentindo o embuste, fingiu se concentrar por alguns segundos a fim de fazer a escolha certa. Aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou-o na boca e o engoliu. Os presentes reagiram surpresos e indignados com tal atitude.
     O homem, mais uma vez demonstrando confiança, disse: — Agora basta olhar o papel que se encontra sobre a mesa e saberemos que engoli aquele em que estava escrito o contrário.

CONCLUSÃO:
   Se tem uma coisa difícil para quem está diante de um desafio grande, é lidar com as injustiças do sistema. Elas existem, desde sempre, e devem, sim, ser combatidas. São inúmeros os métodos criados para favorecer uns, em detrimento de outros. Some-se aos homens de bem para combater as injustiças, os preconceitos, os erros, a corrupção, a tirania e a ignorância, glorificando o direito a justiça e a verdade.  
   Denuncie, denuncie, denuncie... mesmo que isto o prejudique, mesmo que você seja um dos beneficiados com a “injustiça”, reconheça a sua natureza e... denuncie. Nunca se omita! Dessa forma atinja a verdadeira felicidade.