MAÇONARIA

Historia da Loja Maçônica Alvorada da Paz nº. 10 cinqüentenário
Autor: Antonio Moreno dos Santos MI
 Peça original lida em 31 de maio de 1983
Alterada e readaptada em 23 de janeiro de 2007-02-26
Por Ademir Ferreira de Sá leitão Junior MI

No dia 31 de maio de 1933, movidos por um ideal comum, 7 Irmãos reuniram-se, para fundar uma Loja Maçônica na Cidade do Cabo de Santo Agostinho.

O objetivo, tão acalentado, concretizava-se naquela noite: CAVAR MASMORRAS AO VICIO E LEVANTAR TEMPLOS À VIRTUDE.
Nascia então, a Augusta e Respeitável Loja Simbólica Alvorada da Paz nº. 10, título este concedido pelo Grão Mestre Eugenio de Mendonça Paes Barreto, junto com seu Grão Mestre Adjunto Luis de Medeiros Benevides.
Tomo como base desta Peça de Arquitetura que relata a historia de nossa Loja e que foi confeccionada em comemoração aos Cinqüenta anos de nossa Loja,  pelo Saudoso Irmão que hoje se encontra no Oriente Eterno Mestre Instalado Antonio Moreno dos Santos.
Assim o nosso Irmão começava a sua Peça de Arquitetura apresentada no Cinqüentenário de nossa Loja.
Estamos neste mês de maio, precisamente a 31  do mesmo, festejando o Cinqüentenário da fundação desta Loja “ Alvorada da Paz”, que por motivos alheios aos nossos desejos, esta sendo comemorado hoje, aqui abro um parêntese pois era um dia de terça feira e alguns irmãos queriam que fosse realizada esta sessão de aniversario no domingo dia 05 de junho de 1983. Continua o Irmão: Em se tratando de aniversario da Loja, não só envolve todos seus membros em particular, mais também, a grande Loja de Pernambuco, da qual por laços de obediência, esta ela ligada e representada neste momento pelo Sereníssimo Grão Mestre, Elias Jorge Hazin e Eminente Grão Mestre Adjunto, Eurico Gomes Fernandes. Este fato ocorreu em 31 de maio de 1983.
Assim sendo, tentarei dentro dos limites que me são facultados, delinear em rápida história, o transcurso da existência desta Loja até os nossos dias. Com a devida permissão dos que nos dão a honra de nos assistirem pacientemente, a fundação desta Loja data de 31 de maio de 1933, exatamente setenta e quatro anos , de proveitoso trabalho.
Continua o irmão Antonio Moreno:
OS FUNDADORES DESTA OFICINA, DE SAUDOSA MEMÓRIA FORAM OS IRMÃOS:
MANOEL MONTEIRO DA SILVA
JOAQUIM BASILEO MENDES
JOSÉ MANOEL DA SILVA
JOSÉ BERTINO DE ARAUJO
SEVERINO JULIÃO DE AZEVEDO
LEOPOLDINO LUIS SOARES
CICERO LYRA E SILVA
Instalada a Loja, a mesma realizou sua primeira sessão litúrgica com a presença dos irmãos Eugenio de Mendonça Paes Barreto e Luis de Medeiros Benevides, respectivamente Grão Mestre e Grão Mestre Adjunto da Grande Loja de Pernambuco, recebendo ela o titulo de AUGUSTA E RESPEITAVEL LOJA SIMBOLICA ALVORADA DA PAZ Nº 10, cuja expressão significa alegoricamente o sol, surgindo no horizonte sobre o mar e uma pomba branca voando sobre as ondas, representando a paz que tanto desejamos. Daí em diante, a loja partiu para sua nobre missão de trabalhar em prol do gênero humano.
Durante sua longa trajetória, precisamente em 1937, ela entrou em recesso, por ocasião do Estado Novo implantado no país, porem, não parou definitivamente suas atividades, continuou mais discretamente trabalhando, até que em 1947 ela ressurgiu como uma fênix nasce das cinzas mais decisivas e fortes. Sabe-se que seu ultimo Venerável, quando da recessão, foi o irmão Ascendino Silva (este iniciou provavelmente depois da fundação da Loja), como sempre, a Grande Loja de Pernambuco se fez presente na reinstalação desta Oficina, trazendo do Oriente do Recife os Sereníssimos Grão Mestre e Grão mestre Adjunto Respectivamente: Ubirajara Moreira Sales e Salvador Pereira de Araújo Moscoso.
Refeita a diretoria que iria dirigir o destino desta oficina, assumiu o primeiro Malhete, o poderoso e batalhador irmão: Manoel Monteiro da Silva de saudosa memória.
O nosso irmão abre um parêntese aqui para contar Certos acontecimentos: Já em 1949, a Loja sofreu uma campanha sistemática por parte de um condutor de almas desta cidade, contra o ingresso de seus fiéis na maçonaria, a ponto de fazer campanhas através de alto falantes. Quando o referido condutor tinha conhecimento da pretensão de que um candidato iria se iniciar na maçonaria, ele enviava emissário no sentido de demover o pretendente. Fracassado os meios usados por esse condutor de almas ele mesmo ia pessoalmente. Certa vez, um candidato a iniciação, hoje nosso irmão, o surpreendeu dizendo: “padre, contrariando seu desejo, estou decidido a ingressar na maçonaria e nem por isso deixarei de continuar sendo seu amigo”.
Também nesta época no dia 03 de setembro de 1952, foi realizada uma sessão especial para aprovação do Estatuto da Nossa Loja, que após aprovado foi publicado no diário oficial no dia 06 de novembro de 1952 e registrado no cartório de títulos e documentos no dia 09 de dezembro de 1952 no livro 2-c registro 79 fls 50 a 52. Assinam esta relíquia de documento os IIr\Manoel Monteiro da Silva, Cícero Lira e Silva, Joaquim Basíleo Mendes, Natanael Barbosa Medrado, Antonio Moreno dos Santos, Luiz Marcelino da Silva e Manoel Marques do Amaral e o Tabelião da Cidade João Lopes Filho.
O tempo corre célere em sua marcha insensível, até que em 1958, alguns abnegados irmãos, como ainda hoje, decidiram construir este Templo. A loja funcionou por muito tempo no 1º andar do prédio junto a esquina do Beco Salgado ( hoje a casa funerária cedido pelo irmão Manoel Monteiro da Silva do qual era proprietário.
Como construir um templo sem recursos financeiros, sem terreno, só com o fervor de irmãos abnegados? Tínhamos um irmão, José Bertino de Araújo, gerente da usina Maria das Mercês, que doou o terreno, aonde na época existia a empresa de luz da cidade da qual era proprietário. Adquirido o terreno, arregaçamos as mangas e mãos a obra, aonde com muito sacrifício e suor, carregamos pedras aos ombros de: Severino Fortunato dos Santos, Alpidio Fernandes Vieira, Antonio Moreno dos Santos e outros, numa demonstração de força e vigor, construímos os alicerces deste Templo.
Outro fato também merece ser conhecido; a Loja havia programado uma sessão de litúrgica para recepcionar candidatos, tendo comparecido ao ato grande número de maçons vindo de toda parte. Do pátio da igreja matriz, até a entrada do beco salgado, ficou repleto de automóveis. Em meio aos trabalhos litúrgicos, os mesmos foram suspensos e todos os maçons foram visitar, não só a igreja, mais também, o padre da freguesia. Lá chegando, fomos bem recebidos pelo pároco, que nos mostrou todas as dependências da igreja se manifestando satisfeito e agradecido pela nossa inesperada visita.
Esse mesmo pároco, momentos antes, esbravejava pelos altos falantes espalhados pela cidade contra a realização da sessão e a permanência dos maçons na cidade.
A partir desse acontecimento, as perseguições se tornaram mais amenas, até desaparecerem completamente. Nessa época o quadro da Loja era de 15 / 18 membros e como que um passo de mágica, após cessarem as perseguições, aumentou para 33 obreiros.
Muitos foram os irmãos que dirigiram os destinos desta Loja, dando de si todo esforço pela sobrevivência, a saber: MANOEL MONTERIOS DA SILVA, ANTONIO MORENO DOS SANTOS, EUCLIDES RIBEIRO SOBRAL, CICERO LIRA E SILVA, MANOEL MARQUES DO AMARAL, BRAZ CANDIDO DE MELO, OTAVIO NASCIMENTO PAES, ABRAHÃO CASSIMIRRO DA SILVA, NATANAEL MONTERIO DO NASCIMENTO, PEDRO LEITE DE ANDRADE FILHO, PAULO ALEXANDRE CAMINHA e atualmente BENJAMIM DE BARROS LIMA (isto em 1983 ),  de 83 para até 2007, podemos ainda destacar os irmãos Ademir Ferreira de Sá Leitão, Jarbas Dourado, Clécio Barros de Lucena, João Sávio Sampaio Saraiva José Barreto, Raimundo Silva, Jailson Marques Duarte, Weidman Souto Gomes, Natal Romanelli, Luiz Roberto, Helmiton Francisco, Jairo Mendes de Miranda e hoje em 2007 Ademir Ferreira de Sá Leitão Junior, um Sênior Demolay.
Meus irmãos, diletos ouvintes, hoje é dia de festa, de alegria e de contentamento para todos, quando podemos dar graças ao GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO por estarmos vivos e saudáveis, comemorando os setenta e quatro anos desta Loja, berço de luta de toda comunidade maçônica, raio de luz que continua iluminando nossas consciências, escola de perfeição, de tolerância e de salutares ensinamentos, para os que ainda nela permanecem firmes como a rocha, desbastando a Pedra Bruta.
Muito me empenhei para tornar possível esse pequeno relato, se não o fiz plenamente, foi em razão de falta de profundo conhecimento. Não foi realmente um trabalho de minuciosa pesquisa, no entanto, foi alguma coisa que muito nos lisonjeiam, quando temos a feliz oportunidade de mostrar ao mundo profano o que se faz em nossa Loja: CAVAM-SE MASMORRAS AO VICIO E LEVANTAM-SE TEMPLOS Á VIRTUDE.
Nosso muito obrigado aos diletos convidados, obrigado aos caríssimos irmãos que embelezaram nossas Colunas neste dia de festa, desejando que o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO ilumine e guarde a todos
Assim termina a peça de arquitetura feita em 1983, pelo nosso estimado irmão Antonio Moreno dos Santos MI\,
Outro fato se faz necessário relembrar,para que fique na memória é que em 2002 a loja deu alguns títulos de benfeitores:
Médico: João Sávio
Pediatra:Ebreildes Paes
Pároco: Ramos e Moises
Pastor: Erivaldo Alves
Espírita: Fred Menezes
Radialista: Antônio Jose de Lima
Recebeu da GLMPE o Titulo de Grande Benemérita no dia 31 de maio de 2003, ocasião em que realizou no restaurante A Chácara do nosso ir\ Jairo Mendes um jantar de confraternização dos seus 70 anos de fundação.
E também recebeu da grande Loja as medalhas Liberdade concedidas aos irmãos: João Silvestre Duarte, Antonio Moreno dos Santos e Euclides Ribeiro Sobral e Fraternidade ao Irmão Jairo Mendes de Miranda 
Basta agora é agradecer se não o podemos pessoalmente, pois o Irmão esta no Oriente Eterno, mais agradecer do fundo do coração, por tudo que o Valoroso irmão fez pela Loja, e por ter deixado esta peça, que traz tantos dados importantes para a História da Nossa Loja. Muito Obrigado Antônio Moreno, que o Grande Arquiteto do Universo lhe ilumine sempre, e aos irmãos e convidados muito obrigado pela paciência em escutar estas palavras, espero que cada um de vocês tenham entendido a razão da maçonaria universal que era, é  e sempre será :
CAVAR MASMORAS AO VÍCIO E CONSTRUIR TEMPLOS A VIRTUDE.

Ademir Ferreira de Sá Leitão Junior
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O QUE É SER MAÇON?
1. É subir a Escada de Jacó pelas Iniciações da Vida sem ferir os Irmãos neste percurso;        
2. É realizar o sonho de desbastar pelo pensamento e pelas ações as arestas dos vícios e da insensatez;            
3. É socorrer o Irmão nas dificuldades, chorar com ele as suas angústias e saber comemorar a seu lado as suas vitórias;          
4. E reconhecer nas viúvas e nos órfãos a continuidade do Irmão que partiu para o Oriente Eterno;  
5. É ver na filha do Irmão a sua filha e na esposa do Irmão, uma Irmã, Mãe ou Filha;        
6. É combater o fanatismo e a superstição sem o açoite da guerra mas com a insistência da palavra sã;
7. Ser modelo da eterna e universal justiça para que todos possam concorrer para a felicidade comum;
8. É saber conservar o bom senso e a calma quando outros o acusam e o caluniam;         
9. É ser capaz de apostar na sua coragem para servir aqueles que o ladeiam, mesmo que lhe falte o próprio sustento;        
10. É saber falar ao povo com dignidade ou de estar com reis e presidentes em palácios sumptuosos e conservar-se o mesmo;  
11. É ser religioso e político respeitando o direito da religião do outro e da política oposta à sua;
12. É permitir e facilitar o desenvolvimento pleno das concorrências para que todos tenham as mesmas oportunidades;          
13 É saber mostrar ao mundo que nossa Ordem não é uma Sociedade de Auxílios Mútuos;
14. É estar dominado pelo princípio maior da TOLERÂNCIA suportando as rivalidades sem participar de guerras;    
15. É abrir para si e permitir que outros vejam e o sigam, o Caminho do Conhecimento e da Iniciação;
16. É conformar-se com suas posses sem depositar inveja nos mais abastados;  
17. É absorver o sacerdócio do Iniciado pela fé no Criador, pela esperança no melhoramento do homem e pela caridade que abrir-se-á em cada coração;      
18. É sentir a realidade da vida nos Sagrados Símbolos da Instituição;
19. É exaltar tudo o que une e repudiar tudo o que divide;           
20. É ser obreiro de paz e união, trabalhando com afinco para manter o equilíbrio exato entre a razão e o coração;            
21 É promover o bem e exercitar a beneficência, sem proclamar-se doador;
22. É lutar pela FRATERNIDADE, praticar a TOLERÂNCIA e cultivar-se integrado numa só família, cujos membros estejam envoltos pelo AMOR;        
23. É procurar inteirar-se da verdade antes de arremeter-se com ferocidade contra aqueles que julga opositores           
24. É esquivar-se das falsidades inverossímeis, das mentiras grosseiras e das bajulações humanas;    
25. É ajudar, amar, proteger, defender e ensinar a todos os Irmãos que necessitem, sem procurar inteirar-se do seu Rito, da sua Obediência, da sua Religião ou do seu Partido Político;         
26. É ser bom, leal, generoso e feliz, amar a Deus sem temor ao castigo ou por interesse á recompensa;   
27 E manter-se humilde no instante da doação e grandioso quando necessitar receber;
28. É aprimorar-se moralmente e aperfeiçoar o seu espírito para poder unir-se aos seus semelhantes com laços fraternais;         
29. É saber ser aluno de uma Escola de Virtudes, e Amor, de Lealdade, de Justiça, de Liberdade e de Tolerância;            
30. É buscar a Verdade onde ela se encontre e por mais dura que possa parecer;       
31 É permanecer livre respeitando os limites que separam a liberdade do outro;
32. É saber usar a Lei na mão esquerda, a Espada na mão direita e o Perdão à frente de ambas;  
33. É procurar amar o próximo, mesmo que ele esteja distante, como se fosse a si mesmo.           
O transcrito acima não responde a pergunta, "quem sou eu”, e sim a um perfil que tento lapidar em mim mesmo, quem sabe poderei dizer: “Este sou eu”.








INICIAÇÃO - FERNANDO PESSOA
 
Não dormes sob os ciprestes,
Pois não há sono no mundo.
 O corpo é a sombra das vestes
Que encobrem teu ser profundo.


Vem a noite, que é a morte
E a sombra acabou sem ser.
Vais na noite só recorte,
Igual a ti sem querer.
 
Mas na Estalagem do Assombro
Tiram-te os Anjos a capa.
Segues sem capa no ombro,
Com o pouco que te tapa.
 
Então Arcanjos da Estrada
Despem-te e deixam-te nu.
Não tens vestes, não tens nada:
Tens só teu corpo, que és tu.
 
Por fim, na funda caverna,
Os Deuses despem-te mais.
Teu corpo cessa, alma externa,
Mas vês que são teus iguais.
 
A sombra das tuas vestes
Ficou entre nós na Sorte.
Não estás morto, entre ciprestes.
 Neófito, não há morte.