domingo, 25 de novembro de 2012

QUANDO A BOCA CALA...O CORPO GRITA!!!


 
Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico.

A enfermidade é um conflito entre a personalidade e a alma.
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Os joelhos doem quando o orgulho não se dobra.
O câncer mata quando não se perdoa e/ou cansa de viver.
E as dores caladas? Como falam em nosso corpo?
A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.
O caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas Equívocos, existem semáforos chamados Amigos, luzes de precaução chamadas Família, e ajudará muito ter no caminho uma peça de reposição chamada Decisão, um potente motor chamado Amor, um bom seguro chamado FÉ, abundante combustível chamado Paciência.
Mas principalmente um maravilhoso Condutor chamado DEUS.
 
(Autoria desconhecida)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O MERCADO


"Mercado se rege por critérios de eficiência e rentabilidade, não de justiça ou de equidade. Ele é um soberbo órgão de criação de riqueza, mas não um mecanismo competente de distribuição de renda."
(José Guilherme Merquior)

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A BANDA QUE PASSA

DOUGLAS MENEZES - 1985

O menino observa, escuta o som que começa a ficar nítido. Tem os olhos acesos o menino, brilham, percebendo a chegada de um prazer esperado com ânsia. Agora, a música totalmente ouvida, bonita a melodia, mesmo sem a presença ainda visível de quem toca. Não vacila, o garoto, em expressar um sorriso ingênuo, sábio, porém. Aquele som ritmado, ele sabe, coeso, acompanhá-lo irá para sempre, vida afora, gerações vindouras. Sabe, também, o menino, que seus pais, seus avós, da mesma forma que ele, também se deslumbraram com a sua banda, com a banda da sua cidade. Carregará a marca daqui pra frente: símbolo cultural do lugar onde ele nasceu.

A sensibilidade à flor da pele, pois a banda passa. Bate palmas o garoto, em meio à multidão. Nada mais a enxergar, a não ser o som de sua orquestra predileta. A sua orquestra, segunda melhor do Brasil, como ele, lentamente crescendo, sacrifício dos artistas humildes, pobres, ricos, no entanto, de amor à sua terra, à sua música.

A banda que ganhou as ruas, que faz o menino correr entre as pernas dos adultos para alcança-la. Não quer perder momento algum do concerto ambulante. Também o povo acompanha. É a banda da cidade de Santo Agostinho, de nome pouco charmoso, mas que é graça, mas que produz um encantamento atravessando décadas. A Filarmônica distribui alegria pelas ruas do Cabo. E como disse o poeta, as dores são esquecidas, pelo menos no momento em que ela toca.

O menino e o povo num reino mágico, só contentamento a cidade respira com sua 15 de Novembro Cabense. É a banda que passa, é a banda que é graça. A poesia flui, enche de emoção o peito do pequenino garoto cabense.

Do livro Uma Declaração de Amor, em parceria com José Ferreira.1985.

*Douglas Menezes é da Academia Cabense de Letras

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O TEMPO DOS MADUROS - MÁRIO DE ANDRADE ...


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro. 
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. 
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... 
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,  muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial! 

Mário de Andrade (1893-1945)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

EM BUSCA DO CÉU NA TERRA

DOUGLAS MENEZES.

  A vida do homem é tentar negar a morte. Desde que foi posto no mundo, ele busca a eternidade como uma forma de prolongar a existência material. E ser eterno não tem nada a ver com espiritualidade, pelo menos demonstra a prática humana através dos séculos. Não estamos dizendo nenhuma novidade, mas refletindo em algo que nos parece ser um comportamento típico dos mortais. Um amigo, professor de Biologia, afirma sempre que o ser humano é tão apegado à vida material, que tenta inventar outra. Ironia à parte, não deixa de ser uma brincadeira com um certo fundo de seriedade.

   Esse nosso amigo recorre humoradamente às ilustrações religiosas, tanto católicas como evangélicas, sempre mostrando em seus quadros ambientes edênicos, paisagens bonitas, ecologicamente corretas, paraísos terrestres simbolizando o céu. Diz o mestre. Diante de um quadro religioso com uma família reunida, pessoas de aspecto feliz: só falta aí uma caipirosca para o quadro ficar completo.

   Como é interessante observar o apego material das pessoas, mesmo aqueles que muitas vezes se apresentam como líderes religiosos. Já vimos nos para-brisas de diversos carros: foi Jesus quem me deu. Apesar do risco da financeira tomar o presente, caso ele não seja pago em tempo hábil.

   O que dizer, então, do instinto de sobrevivência, ação puramente mecânica, ao sermos ameaçados  da  eliminação física? E os projetos para o futuro, às vezes atravessando décadas? São reflexões simplórias, mas que talvez mereçam um pensar mais profundo.

   No entanto, essa visão da qual comungamos em relação ao homem não se reveste apenas numa concepção pessimista. Pelo contrário, carrega em si, a valorização da criatura enquanto ser vivente aqui na terra. Abstraindo-se, lógico, as ambições desmedidas, a vulgarização do material como filosofia de vida  e o egoísmo estabelecido em forma de opressão, de domínio.

   Para nós, cheira a hipocrisia abdicar do conforto material, do viver bem. Da tranquilidade de uma existência financeira equilibrada, desde que isso não extrapole para a ganância que desumaniza os seres.

   Se existe um céu lá no infinito (ou não), por que não tentarmos trazê-lo  para a Terra, e fazermos esse paraíso aqui mesmo, concebendo um mundo mais bem dividido, onde o fosso entre as pessoas ricas e pobres, fosse sensivelmente diminuído, e assim, quem sabe, a  angústia de só ter, se transformasse na alegria perene de também ser.

    Domingo cinzento, 30 de janeiro de 2011.

Douglas Menezes é professor da rede oficial e particular de Pernambuco. Especialista em literatura brasileira e membro da Academia Cabense de Letras.