segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CARISMA

              MÚSICA: DOUGLAS MENEZES – JORGE QUEIROZ
               
                 Essa morena enfeitada de açucena
                 Que debocha e não tem pena
                 Do sofrer que chora triste.
                 Essa morena cheia de dengo menina
                 Só inspira rima rica   
                 E o amor que não existe.
                 O vento passa tira palha do coqueiro
                 Faz revolta em seu cabelo
                 Faz amor no corpo dela.
                 Quem dera um dia passear no céu azul
                 Com a morena enfeitada
                 Sobre o mar de Gaibu.
                 Eu vejo o dia clareando com preguiça,
                 Se espreguiça a morena vendo  vida a cismar.
                 Quem dera um dia me encantar num passarinho
                 Bater asas ao seu lado
                 E no mar fazer meu ninho.
                 
                 Canção composta em 1992.
                 Douglas  Menezes é membro da Academia Cabense de Letras

                

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

FILHOS

 (click e leia o livro)

Vossos filhos não são vossos filhos.
São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós;
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda sua força para que suas flechas se projetem rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como Ele ama a flecha que voa também ama o arco que permanece estável.

Autor da Poesia: Gibhran Kallil Gibhran / O Profeta

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

SANTA MARIA DE LA CONSOLACION


Paulo Alexandre da Silva

Natureza que me seduz
Desvirginada que fostes por homens arredios
Sangras no presente
Mas vejo-te como no passado
Vejo-te nua e beijo a tua existência porque és inviolável
Na tua beleza secular
Que Pinzón pisou
E te chamou
De Santa Maria de la Consolacion.
Paulo Alexandre da Silva é patrono da Cadeira nº 8 da Academia Cabense de Letras. 


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

UM CONCEITO DE PERNAMBUCANIDADE

HABEAS-PINHO


Em 1955,  em Campina Grande, na Paraíba, um grupo de boêmios fazia serenata numa madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu o violão.
Decepcionado, o grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima,
então recentemente saído da Faculdade e que também apreciava uma boa seresta.
Ele peticionou em Juízo para que fosse liberado o violão.
Aquele pedido ficou conhecido como "Habeas-Pinho" e enfeita as paredes de escritórios
de muitos advogados e bares de praias no Nordeste.
Mais tarde, Ronaldo Cunha Lima foi eleito Deputado Estadual, Prefeito de Campina Grande, Senador da República, Governador do Estado e Deputado Federal.

Eis a famosa petição:

HABEAS-PINHO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca:

O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver nem pistola,
É simplesmente, doutor, um violão.

Um violão, doutor, que na verdade,
Não matou nem feriu um cidadão,
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade,
Ao crime  ele nunca se mistura,
Inexiste entre eles afinidade.
O violão é próprio dos cantores,
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam as mágoas e que povoam a vida
Sufocando suas próprias dores.

O violão é música e é canção,
É sentimento de vida e alegria,
É pureza e néctar que extasia,
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório,
Porém seu destino se perpetua,
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de Cartório.

Mande soltá-lo pelo Amor da noite,
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras.
Libere o violão, Dr. Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito,
É crime, porventura, o infeliz
cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, e, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
perambular na rua um desgraçado
derramando ali as suas dores?

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento,
Juntando esta petição aos autos nós pedimos
e pedimos também DEFERIMENTO.

Ronaldo Cunha Lima, advogado.

O juiz Arthur Moura, sem perder o ponto, deu a sentença no mesmo tom:

"Para que eu não carregue remorso no coração,
Determino que seja entregue ao seu dono,
Desde logo, O malfadado violão! “
Recebo a Petição escrita em verso
E, despachando-a sem autuação,
Verbero o ato vil, rude e perverso,
Que prende, no cartório, um violão.
Emudecer a prima e o bordão,
Nos confins de um arquivo em sombra imerso
È desumana e vil destruição
De tudo, que há de belo no universo.
Que seja Sol, ainda que a desoras,
E volte à rua, em vida transviada
Num esbanjar de lágrimas sonoras.
Se grato for, acaso ao que lhe fiz,
Noite de lua, plena madrugada,
Venha tocar à porta do Juiz.

A IDENTIDADE QUE SE VAI

                                     
Por     DOUGLAS  MENEZES


            Quando Tune saiu de casa pela última vez para se tornar estrela, lá longe no infinito, não ia embora ali, apenas um pedaço de mim, mas uma parte de humano do Cabo de Santo Agostinho se despedia. Mesmo na dor, observei as janelas das casas antigas acenando lenços brancos, no coro triste do adeus. Era meu pai partindo e os humildes, esses que fazem a verdadeira história do mundo, homenageando-o, como fazendo justiça a quem contribuiu, no dia-a-dia, com a cidade que o acolheu. Lembro de um bêbado no velório, chorando muito, pedindo para meu pai não ir embora.
            Recordo, então, que ali, naquele momento, há vinte anos, começava a morrer uma identidade humana da cidade de Santo Agostinho. E o tempo encarregou-se de confirmar que a partir daquele instante, aos meus olhos, a cidade mudava. Uma geração notável de cabenses desaparecia, lentamente. Eram figuras importantes, não somente por razões econômicas ou culturais, mas por serem o cheiro do Cabo, o próprio ar da cidade, confundiam-se com a flora e a fauna e as casas desta terra, fossem ricos ou pobres. E se foram como Tune do cartório. Onde estão agora? Como disse o poeta Manuel Bandeira: “dormem profundamente, profundamente”. Talvez habitem fantasmas, as ruas velhas da cidade, zelando por elas.
           Caminho no domingo chuvoso pelas artérias centenárias, o silêncio da manhã preguiçosa diz tudo. Eu ando ao lado deles. Em mim, a identidade que se foi permanece.
           Já o sol a pino de um dia comum. Sou exilado em minha terra. Não conheço ninguém e ninguém me conhece. O Cabo é de todos, que vêm de todos os lugares.
           Hoje, na cidade de Santo Agostinho, com certeza, a maioria me olha e não me vê.

Douglas Menezes é professor e membro da Academia Cabense de Letras.

É PROIBIDO!


É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer,
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas,
Não lutar pelo que se quer,
Não transformar sonhos em realidade.

É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por suas dúvidas e mau  humor.

É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.

É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não lhe importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.

É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.

É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos,
 seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.

É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas delas valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.

É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida lhe dá, também lhe tira.

É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual!

É proibido!
Não importa o passado,
Hoje é presente!
O futuro? É com Você!
Pense nisto!
O tempo não espera ninguém!
Uma linda vida para Você!
Seja feliz hoje e sempre...

Pablo Neruda (Diplomata, consul e escritor) 1904-1973. Filho de um operário ferrroviário e de uma professora primária, nasceu em 12 de julho de 1904, na cidade de Parral (Chile). Seu nome era verdadeiro era Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Perdeu a mãe no momento do nascimento.Em 1906, a família muda-se para a cidade de Temuco. Começa a estudar por volta dos sete anos no Liceu para Meninos da cidade. Ainda em fase escolar, publica seus primeiros poemas no jornal “ La Manãna”. No ano de 1920, começa a contribuir com a revista literária “Selva Austral”, já utilizando o pseudônimo de Pablo Neruda (homenagem ao poeta tcheco Jan Neruda e ao francês Paul Verlaine).

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SER FELIZ OU TER RAZÃO?

Para reflexão...
Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.

Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais... E ela diz: - Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

MORAL DA HISTÓRIA:


Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência: 'Quero ser feliz ou ter razão?' Outro pensamento parecido, diz o seguinte: 'Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam. Passe este e-mail aos seus amigos, para ver se o mundo melhora... Eu já decidi..... EU QUERO SER FELIZ e você?
 
"Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam. " 

Marco Fabossi, retirado do livro "Coração de Líder"

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SOMOS O QUE FAZEMOS...



O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.
Ruim - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.
Então o velho disse:
- Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
- Qual é o gosto?’
- Bom! disse o rapaz.
- Você sente o gosto do sal?
perguntou o Mestre.
- Não… -disse o jovem.
O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda.
Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.
Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.
É dar mais valor ao que você tem, do que ao que você perdeu.
Em outras palavras:
É deixar de Ser copo para tornar-se um Lago.
Somos o que fazemos, mas somos principalmente, o que fazemos para mudar o que somos..
(Autor desconhecido)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

CHUVA DA INANIÇÃO POLÍTICA TRAZ ENXURRADAS DE COVARDIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS


Relutei, relutei e relutei de novo para não abordar este assunto no Blog, não porque me sinto além do bem e do mal, mas porque não gosto de ficar massificando tristezas, exaltando a dor e colaborando para machucar nossos sentimentos honrados de cidadãos brasileiros que ficam manchados pela vergonha. Vergonha da inanição política de cada um de nós quando vamos as urnas, ou quando precisamos ˜botar a boca no trombone", vergonha por calarmos anos e anos na reprise das tragédias anuais que ocorrem em nosso Brasil nos meses de Janeiro, vergonha pelos governantes que ignoram as  verdadeiras políticas públicas, e isso não somente no Governo Lula, nem Dilma, nem FHC, isso já se arrasta há algumas décadas, e nada, absolutamente nada é feito de fato para prevenir estas intempéries climáticas típicas de países tropicais neste lado do hemisfério.

 "Sinto Vergonha de mim”...

 Assim disse Rui Barbosa, e assim volto a dizer, lembrando minha mensagem de Final de Ano aos leitores do meu Blog; Nos falta Coragem, coragem para gritar pela vida de 680 mortos ( até agora ) , 680 brasileiros que entregaram quase 3 meses de suas vidas  anuais em impostos para viverem em solo pátrio,  coragem para não elegermos os mesmos, coragem para excluirmos de nosso meio político os "sangue sugas" baluartes da corrupção nacional, coragem de sair as ruas com igual "panelaço" das mães argentinas, coragem para cobrar do poder público federal o que lhe é cabido enquanto mandatário da Nação, que no mínimo é o bem estar de sua gente.
 Não adianta dizermos que o problema é do governo federal, do governo estadual, do governo municipal, o problema é nosso!!, pois somos nós que elegemos nossos representantes políticos, e se os elegemos é porque consideramos que estes podem ter uma procuração para responder por nós mesmos. É essa consciência que falta no eleitor, a consciência que ele está dando uma procuração para uma outra pessoa pensar, propor , agir, defender, e decidir por nossa nação, nosso estado ou nossa cidade. Estamos nos tornando cumprisses, isso mesmo, cumprisses da fatalidade de 680 vidas e outras que já foram por este descaso político público. 
Agora, neste  momento, estou escutando o Jornal da Globo, e não se fala outra coisa a não ser sobre a Tragédia, citando inclusive os investimentos que estão previstos para reconstruir a região, envolvendo o projeto Minha Casa Minha Vida, BNDES, Secretaria das Cidades, enfim, estão canalizando dinheiro de tudo quanto é canto para amenizar a dor e a saudade do povo que lá está e nós que aqui estamos comendo as unhas e mordendo os cotovelos pela vergonha e covardia que somos cumprisses!!. Não podemos esquecer ainda que nossos cumprisses resolveram antecipar o Bolsa Família, dar bolsas aos estudantes que participaram do ENEM e são da região afetada, durante um ano caso se matriculem na Universidade, que não sou contra, tem sim que pagar a conta mesmo, mas isso não é a solução, novamente estamos dando um antiácido para a azia, mas não estamos corrigindo o teor ácido do nosso molho de tomate.
Meus amigos leitores, "sinto vergonha de mim.....", já são 680 vidas, veja só, 680 MORTES de pessoas, de brasileiros que não tinham que morrer, e morreram pela falta de Coragem Política. Nenhum político se preza ao fato de construções sanitárias e obras de infraestrutura que não são vistas, nenhum político investe em prevenção, pois como ele irá se aparecer como Herói no momento da catástrofe, como ele irá aparecer como o "Salvador da Pátria", como ele irá aparecer com o cetro e ordenar as soluções. Prevenção não dá voto, mas empunhar um cetro heroico, haaa, isso sim resulta em votos e mais votos ao divino salvador!!!
 Falta Coragem nos Políticos, Vergonha na cara , e principalmente em nós a coragem de "bater nas panelas".
 Somos corajosos para ajudarmos em atos solidários, isso está em nosso cerne, mas somos covardes em GRITAR pela ação política em pró da humanidade, em pró da nação, em pró de nós mesmos.
 Ovelhas, à espera de seu Pastor amigo da alcateia que pode ceifar a vida do rebanho!!
Publicado por M.J Outeiro Pinto  http://mjouteiropinto.blogspot.com/

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CRÔNICA DE NOVO AMOR ANUNCIADO (NEM QUE SEJA EM SONHO)

Por DOUGLAS MENEZES
Um dia ele certificou-se de que se entregara a ela como alguém que se dá aos homens por dinheiro: tanto e sempre. Diante do muito amor negado, chorou, humilhou-se, bebeu demais, prometeu morrer, xingou o mundo. Desejou tragédias, raios, trovões, terremotos à humanidade. Seu drama era a dimensão do Universo. Na outra manhã, porém, fez-se bonito. Na cidade iluminada de vida, buscou a moça que lhe desse a troca do amor negado: rei morto, rei posto. E dos escombros da existência doída descortinou a luz que não existia ainda. Cambaleante, ressaca entorpecente que mistura dor e fantasia, sonhou ser feliz.
(Outubro de 1981)
Douglas Menezes é professor, escritor e membro da Academia Cabense de Letras.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

PICOS DE FELICIDADE ESTÃO NA INFÂNCIA E NA VELHICE

IARA BIDERMAN    
DE SÃO PAULO



Você tem entre 40 e 50 anos e está se sentindo no fundo do poço. Você, a torcida do Flamengo, do Corinthians, do Manchester e do Milan. A crise da meia-idade está nas estatísticas.
Isso muita gente já imaginava. Difícil é imaginar que quanto mais os anos forem passando, mais feliz você será. E que isso também está estatisticamente provado.
Os números apareceram quando, no final do século 20, um ramo da economia começou a estudar e a medir quantitativamente a felicidade, a partir de pesquisas populacionais.
Os principais fatores observados foram gênero (mulheres são, em média, mais felizes), personalidade (neurótica ou extrovertida), circunstâncias (relacionamentos afetivos, educação, renda) e idade.
Seria lógico concluir que, no último quesito, a felicidade é uma linha que começa no alto, nos anos dourados da juventude, e entra em queda contínua na medida
em que também caem cabelos, vigor físico, estrógeno e testosterona, entres outros.
Mas não foi isso o que as pesquisas mostraram. A relação entre felicidade e idade é uma curva em "U": começa alta, atinge o ponto mais baixo na faixa entre 40 e 50 anos e parte para uma linha ascendente na velhice --agora, chamada de terceira idade.
A geração que passa a ocupar o lugar de terceira idade tem a expectativa de passar muito anos nessa fase da vida. Quem não acreditava em ninguém com mais de 30 anos chegou à faixa que vai dos 46 aos 65.
"Uma característica dessa geração é o caráter de inovação e transgressão. A cada nova etapa da vida (adolescência, vida adulta), essas pessoas mudaram radicalmente o modelo anterior, e isso deve acontecer na fase do envelhecimento", diz a psicóloga Luna Rodrigues Freitas Silva.
Silva fez sua tese de mestrado em medicina social, na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), sobre a experiência de envelhecer da geração que nasceu entre 1946 e 1964.
"Está sendo criado um novo modelo para a velhice, que tem a ver com a busca de atividades que tragam satisfação", diz ela.
Essa busca reflete outra característica geracional: a ideia de deixar uma marca pessoal. "A terceira idade pode se apresentar como o momento certo para aprofundar as características individuais", acredita a psicóloga.
Tempo, dinheiro e desobrigação de constituir família seriam condições ideias para buscar alternativas de atividades e criar novos laços afetivos, eróticos ou não.
JUVENTUDE
Para Silva, querer preservar a juventude para realizar renovações é positivo, mas a obrigação de permanecer jovem e não aceitar a transformação do tempo é complicada e traz sofrimento.
Talvez o maior desafio dessa geração, marcada por ideais de liberdade, seja o de manter a autonomia para fazer tudo isso.
"O ideal de saúde é mais um entre outros que a gente compartilha. Só que o discurso da prevenção chegou um pouco tarde para quem está beirando os 50. Com a obrigação social de ser saudável, corre-se atrás do prejuízo."

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O PRINCIPIO 90/10

BY STEPHEN COVEY QUE PRINCÍPIO É ESSE?

Os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa com você.

O QUE ISTO QUER DIZER? Realmente, nós não temos controle sobre 10% do que nos sucede. Não podemos evitar que o carro enguice, que o avião atrase, que o semáforo fique no vermelho. Mas, você é quem determinará os outros 90%.

COMO? COM SUA REAÇÃO! Exemplo: você está tomando o café da manhã com sua família. Sua filha, ao pegar a xícara, deixa o café cair na sua camisa branca de trabalho. Você não tem controle sobre isto. O que acontecerá em seguida será determinado por sua reação.
ENTÃO, VOCÊ SE IRRITA. Repreende severamente sua filha e ela começa a chorar. Você censura sua esposa por ter colocado a xícara muito na beirada da mesa.

E tem prosseguimento uma batalha verbal... Contrariado e resmungando, você vai mudar de camisa. Quando volta, encontra sua filha chorando mais ainda e ela acaba perdendo o ônibus para a escola. Sua esposa vai para o trabalho também contrariada.
Você tem que levar sua filha de carro pra escola. Como está atrasado, dirige em alta velocidade e é multado. Depois de 15 minutos de atraso, uma discussão com o guarda de trânsito e uma multa, vocês chegam à escola, onde sua filha entra sem se despedir de você.

Ao chegar atrasado ao escritório, você percebe que esqueceu sua maleta. Seu dia começou mal e parece que ficará pior. Você fica ansioso para o dia acabar e quando chega em casa, sua esposa e filha estão de cara fechadas, em silêncio e frias com você.

POR QUÊ? Por causa de sua reação ao acontecido no café da manhã. PENSE, POR QUE SEU DIA FOI PÉSSIMO?
A) por causa do café?
B) por causa de sua filha?
C) por causa de sua esposa?
D) por causa da multa de trânsito?
E) por sua causa?

A resposta correta é a da letra "E".

Você não teve controle sobre o que aconteceu com o café, mas o modo como você reagiu naqueles 5 minutos foi o que deixou seu dia ruim. O café cai na sua camisa, sua filha começa a chorar e então você diz a ela, gentilmente: "está bem, querida, você só precisa ter mais cuidado".
Depois de pegar outra camisa e a pasta executiva, você volta, olha pela janela e vê sua filha pegando o ônibus. Dá um sorriso e ela retribui dando adeus com a mão.

NOTOU A DIFERENÇA? Duas situações iguais, que terminam muito diferentes. Por quê? Porque os outros 90% são determinados por sua reação.

AQUI TEMOS UM EXEMPLO DE COMO APLICAR O PRINCÍPIO 90/10. Se alguém diz algo negativo sobre você, não leve a sério, não deixe que os comentários negativos te afetem, reaja apropriadamente e seu dia não ficará arruinado.

COMO REAGIR A ALGUÉM QUE LHE ATRAPALHA NO TRÂNSITO? Você fica transtornado? Golpeia o volante? Xinga? Sua pressão sobe? E o que acontecerá se você perder o emprego? Vai ficar preocupado, angustiado, perder o sono e adoecer?

ISTO NÃO FUNCIONARÁ! Use a energia da preocupação para procurar outro trabalho. Seu voo está atrasado, vai atrapalhar a sua programação do dia. Por que manifestar frustração com o funcionário do aeroporto? Ele não pode fazer nada.

Use seu tempo para estudar, conhecer os outros passageiros. Estressar-se só piora as coisas. Agora que você já conhece o Princípio 90/10, utilize-o. Você se surpreenderá com os resultados e não se arrependerá de usá-lo. Por desconhecerem o poder de escolher suas reações diante dos acontecimentos, milhares de pessoas estão sofrendo e se estressando desnecessariamente.
E o estresse destrói nossa saúde e nos envelhece.

TODOS DEVEMOS CONHECER E PRATICAR O PRINCÍPIO 90/10. PODE MUDAR A SUA VIDA!

Stephen R. Covey (Nascido em 24 de Outubro de 1932 em Salt Lake City, Utah) é autor do best-seller administrativo (classificado por alguns como livro de auto-ajuda) Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, publicado pela primeira vez em 1989, como também do livro (Primeiro o Mais Importante), dentre outros. Ele é fundador da Covey Leadership Center em Salt Lake City, Utah, e da "Covey" de FranklinCovey Corporation, que ensina a como fazer planejamentos nas organizações.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

FRASES E PENSAMENTOS

De Clarice Lispector

 
Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe.
Quero pintar uma tela branca. Como se faz? É a coisa mais difícil do mundo. A nudez. O número zero. Como atingi-los? Só chegando, suponho, ao núcleo último da pessoa.
Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Pergunte, sem querer a resposta, como estou perguntando. Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo o entendimento.
Resolvemos solenemente que estes mortos não caíram em vão; que esta nação, com a graça de Deus, terá nova aurora de liberdade; e que o governo do povo para o povo, não desaparecerá da terra.
Respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver.
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida...
Se a escravidão não é crime, não há crimes.
Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado.
Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.
Se uma pessoa perguntar durante meia hora a palavra 'eu', essa pessoa se esquece quem é. Outras podem enlouquecer. É mais seguro não fazer jamais perguntas - porque nunca se atinge o âmago de uma resposta. E porque a resposta traz em si outra pergunta.
Sinto a falta dele como se me faltasse um dente na frente: excrucitante.
Sobre um livro que lhe emprestaram quando era criança...
Sou brasileira naturalizada, quando, por uma questão de meses, poderia ser brasileira nata. Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei-a para palavras de amor. Comecei a escrever pequenos contos logo que me alfabetizaram, e escrevi-os em português, é claro. Criei-me em Recife.
Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar.
Sou um coração batendo no mundo.
Suavizar penas alheias é esquecer as próprias.
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca ou não toca.
Só se sente nos ouvidos o próprio coração.... Pois nós não fomos feitos senão para o pequeno silêncio.
Só trabalho com achados e perdidos.
Tenho que falar pois falar salva. Mas não tenho uma só palavra a dizer.
Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo.
Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária.
Tão secreta é a verdadeira vida, que nem a mim, que morro dela, me pode ser confiada a senha, morro sem saber de quê. E o segredo é tal que, somente se a missão chegar a se cumprir é que, por um relance, percebo que nasci incumbida - toda vida é uma missão secreta.
Uma vez irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma desta vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos, com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria...
Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir.
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo...
É difícil perder-se. É tão difícl que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.
É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é tolo, do que falar e cabar com a dúvida.
É preciso coragem. Uma coragem danada. Muita coragem é o que eu preciso. Sinto-me tão desamparada, preciso tanto de proteção...porque parece que sou portadora de uma coisa muito pesada. Sei lá porque escrevo! Que fatalidade é esta?
É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
É uma infâmia nascer para morrer não se sabe quando nem onde...