sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

TENTE OUTRA VEZ

Raul Seixas

Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça agüenta se você parar,
não não não não
Há uma voz que canta,
uma voz que dança,
uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez 

 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SUAPE

Antonino Oliveira Júnior
(1970)

Num horizonte profundo
um sentimento mesquinho
sufocando beleza,
abafando sentimentos
sob mão de aço,
mente de ferro
e coração de gelo.

E os peixes se afogam
nas lágrimas do pescador.
 
Antonino Oliveira Júnior é da Academia Cabense de Letras.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CORAÇÃO PORTÁTIL, ebook de Juareiz Correya em livrarias virtuais de Portugal, Espanha, Brasil e EUA


Consideradas as maiores livrarias virtuais do mundo, a AMAZON.COM (http://www.amazon.com/CORAO-PORT-Portuguese-Edition-ebook/) e a BARNES&NOBLE (http://www.barnesandanoble.com/w/coracao-portatil-juareiz-correya/1104808506), dos Estados Unidos, já distribuem o ebook CORAÇÃO PORTÁTIL, do poeta pernambucano Juareiz Correya, publicado pela Emooby/Pubooteca, de Portugal, em março deste ano.  O ebook pode também ser adquirido em mais de 30 livrarias virtuais de Portugal e da Espanha, incluindo-se a EMOOBY STORE (http://www.emoobystore.com/index.php?option=com_virtuemart&page-shop.product_...), da editora, e nestas livrarias virtuais brasileiras  :

     LIVRARIAS CURITIBA (
http://www.livrariascuritiba.com.br/ebookcoracaoportatil,product,4065,3546.aspx), GATO SABIDO (http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/149830/coracao_portatil.html.), GRIOTI LIVROS DIGITAIS (http://www.grioti.com.br/e-book-4065xcora-o-port-til.html), LIVROX (http://www.livrox.com.br/detalhe/ebook/2050), IBA-O melhor do conteúdo digital (http://www.iba.com.br/detalhes/livro/440434/coracao-portatil) e MUNDO POSITIVO (http://livros.mundopositivo.com.br/index.php/livros/literatura-nacional/corac-o-portatil). Acesse e leia o seu ebook em desktops, notebooks, kindles, smarthphones e tablets. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A PROCURA DE UM AMIGO


Por Erivaldo Alves*

Amigo que me aceite com todos os meus defeitos

Amigo que saiba que muitas vezes eu me esforço muito para parecer melhor do que sou.

Amigo que aceite meu ser real

Amigo que me olhe como uma pessoa em recuperação

Amigo que saiba que o relacionamento se aprofunda quando eu sou real

Amigo que me aceite quando eu não estou fingindo

Amigo que me ajude a me tornar melhor do que eu sou normalmente

Amigo que não fique impressionado ao perceber que muito do que falo é preparado para mostrar como eu sou mais esperto, inteligente ou engraçado, muitas vezes à custa de outras pessoas.

Amigo que não se escandalize ao saber que não tenho certeza de que – se não fosse eu – eu gostaria de mim.

Amigo que saiba que quando eu estou com pessoas que me conhecem em profundidade e me aceitam plenamente, essa aceitação toca minha condição de decaído como o médico toca a ferida do corpo de um paciente.

Amigo que fique em silêncio ao meu lado quando eu estiver em desespero ou confusão.
Amigo que saiba toda verdade a meu respeito e mesmo assim me respeite.

Desconfio que esse amigo não me amaria se soubesse que eu sou “uma mercadoria com defeito”.

*Erivaldo Alves é Pastor da Igreja Batista da Cohab e membro da Academia Cabense de Letras.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

JOAQUIM NABUCO EM SUAS PRIMEIRAS IMPRESSÕES SOBRE A ABL


Trechos do discurso pronunciado por Joaquim Nabuco na Sessão inaugural da Academia Brasileira de Letras, em 20 de julho de 1897, na qualidade de Secretário Geral.

 Não há em nosso grêmio omissão irreparável; a morte encarrega-se de abrir nossa porta com intervalos mais curtos do que o gênio ou o talento toma para produzir qualquer obra de valor. Nós, os primeiros, seremos os únicos acadêmicos que não tiveram mérito em sê-lo, quase todos entramos por indicação singular, poucos foram eleitos pela Academia ainda incompleta, e nessas escolhas cada um de nós como que teve em vista corrigir a sua elevação isolada, completar a distinção que recebera; só agora em diante, depois que a Academia existir, depois de termos uma regra, tradições, emulação, e em torno de nós o interesse, a fiscalização da opinião, a consagração do sucesso, é que a escolha poderá parecer um plebiscito literário. Nós de fato constituímos apenas um primeiro eleitorado.
As Academias, como tantas outras coisas, precisam de antiguidade. Uma Academia nova é como uma religião sem mistérios: falta-lhe solenidade. A nossa principal função não poderá ser preenchida senão muito tempo depois de nós, na terceira ou quarta dinastia dos nossos sucessores. Não tendo antiguidade, tivemos que imitá-la, e escolhemos os nossos antepassados.
 Escolhemo-los por motivo, cada um de nós, pessoal, sem querermos, eu acredito, significar que o patrono da sua Cadeira fosse o maior vulto das nossas letras. É a responsabilidade do escritor, a consciência dos seus deveres para com sua inteligência, o dever superior da perfeição, o desprezo da reputação pela obra.
Eu pela minha parte não sei que ópera não daria por uma só frase de Mozart ou de Schumann; trocaria qualquer livro por uma dessas palavras luminosas que brilham eternamente no espírito como estrelas de primeira grandeza… A obra de quase todos os grandes escritores resume-se em algumas páginas; ser um grande escritor é ter uma nota sua distinta, e uma nota ouve-se logo; de fato, ele não pode senão repeti-la.”
(Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo)

SOLIDÃO


É muito triste que uma pessoa nunca tenha encontrado alguém que a amasse. Se essa pessoa pudesse conhecer pelo menos outra pessoa que lhe dedicasse amor incondicional - a pura combinação de aceitação e compaixão - ou se pudesse sentir-se objeto de afeição e amor, isso teria grande impacto e extremo valor para ela. Pois existe dentro de todos nós uma boa semente pronta a despertar e amadurecer em decorrência das demonstrações de amor. (Dalai Lama)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

MOSTRA PÓS-CONTEMPORÂNEA DE IVAN MARINHO

 

Ivan Marinho está expondo na igreja de Nazaré, no Parque Histórico Armando Holanda, no Cabo de Santo Agostinho. A mostra, que se chama Pós-contemporânea, foi aberta no dia 09 de dezembro e se estenderá até o dia 31 de janeiro de 2012
 

O tema se relaciona com os fenômenos de aglomeração cultural suscitado pelos folguedos, transcendendo os motivos individuais que valorizam as indumentárias e buscando expressar ou representar a magia coletiva dos eventos supracitados.
Os quadros, que na maioria são circulos, são em telas com molduras que dão continuidade às pinturas feitas em marchetaria.


O autor, Ivan Marinho, foi premiado no Prêmio Bandepe, no Festival Nacional de Arte Alternativa e, na vertente literária, foi primeiro lugar no Festival Jaci Bezerra de Poesias do Centro de Estudos Superiores de Maceió, ganhou o Prêmio Patativa do Assaré do MINC, classificou-se para coletâneas da Scortecci nacionalmente, para a coletânea do SINTEPE (dois anos seguidos) e, além da publicação do livro Anti-horário com prefácio de Alberto da Cunha Melo, participa de várias antologias, como a Pernambuco, Terra da Poesia e Poesias e Prosas de uma Terra de 500 anos. A igreja de Nazaré fica próxima à praia de Gaibu e está aberta de segunda à sábado de 08 às 17 horas.

Agradeçe, desde então, o apoio pela presença e divulgação deste trabalho.
Ivan Marinho (81 35183125 / 81 86837120) é da Academia Cabense de Letras.

 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O CORDEL ESTRADEIRO


A bença Manoel Chudu!
O meu cordel estradeiro
Vem lhe pedir permissão
Pra se tornar verdadeiro
Pra se tornar mensageiro
Da força do teu trovão.
E as asas da tanajura
Fazer voar o sertão.
Meu moxotó coroado
De xiquexique facheiro
Onde a cascavel cochila
Na boca do cangaceiro.
Eu também sou cangaceiro
E o meu cordel estradeiro
É cascavel poderosa.
É chuva que cai maneira
Aguando a terra quente
Erguendo um véu de poeira
Deixando a tarde cheirosa.
É planta que cobre o chão
Na primeira trovoada.
A noite que desce fria
Depois da tarde molhada
É seca desesperada
Rasgando o bucho do chão.
É inverno e é verão
É canção de lavadeira
Peixeira de Lampião.
As luzes do vaga-lume
Alpendre de casarão.
A cuia do velho cego
Terreiro de amarração.
O ramo da rezadeira
O banzo de fim de feira
Janela de caminhão.
Vocês que estão no palácio
Venham ouvir meu pobre pinho
Não tem o cheiro do vinho
Das uvas frescas do Lácio
Mas tem a cor de Inácio
Da serra da Catingueira.
Um cantador de primeira
Que nunca foi numa escola
Pois meu verso é feito a foice
Do cassaco cortar cana.
Sendo de cima pra baixo
Tanto corta como espana
Sendo de baixo pra cima
Voa do cabo e se dana.

(Cordel do fogo Encantado)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CANANÉIA O PRIMEIRO POVOADO DO BRASIL


Pouco se tem na História do Brasil sobre o Bacharel de Cananeia - Mestre Cosme Fernandes. Reconhecido por uns como um dos grandes precursores da colonização portuguesa no Brasil, é tido por outros como um fantasma que ainda perambula pela história de São Vicente. Foi o personagem limítrofe que manteve a estabilidade política do sul do Brasil, afastando os avanços e pretensões castelhanas sobre as terras do norte de Cananeia que, segundo interpretação dos reis Fernando e Isabel, pertenciam à Espanha, conforme o tratado de Tordesilhas.

Sem sombra de dúvida, hoje se pode afirmar que, não fosse pelo Bacharel, a colonização portuguesa não teria começado por São Vicente, talvez por Pernambuco, mas no sul provavelmente se falasse espanhol. Sua presença garantiu a Portugal, durante os primeiros trinta anos do século XVI, a posse do território descoberto. Deixou declaração de vontade própria para que sua herança fosse "... onerada com a pensão anual de uma missa para todo o sempre, pelo descanso de sua alma".

Esse livro alinha fatos históricos dispersos, comprovados e documentados, que ora nos permitem entender a envergadura do fantástico personagem que está na história de três países: Brasil, Portugal e Espanha. O leitor deve vê-lo com vistas generosas, pois não encerra a questão do Bacharel nem trás à luz novas descobertas, contudo junta fatos para balizamento de novas pesquisas. Deve ser o marco inicial de uma jornada aberta em busca da verdade, um desafio à argúcia daqueles que se apaixonaram pelas circunstâncias do nascimento da Terra dos Papagaios.

Enfim, a História de Cananeia, com o que foi e é, e o que escreveu Ídolo de Carvalho, bem poderia ter por subtítulo a afirmativa: Introdução à História do Brasil. Pois, insiste esse autor, Cananeia foi mesmo "o primeiro povoado do Brasil". E agora tem, garante-nos esse pesquisador incansável, a sua História Verdadeira. - Hernâni Donato

ARTE MAÇÔNICA NUMA VISÃO PROFANA DE CARMEN-LARA

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

RUI BARBOSA E SEUS PATOS

Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.        
Foi averiguar e constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus patos, disse-lhe:    
– Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz:  
– Dotô, rezumino… eu levo ou dêxo os pato?