segunda-feira, 17 de maio de 2010

QUANDO LIBERDADE?

Vera Rocha Vendido qual cereal, para quem? Interroga alguém. Este é meu, não abro mão E começa a via crucis. Trabalho duro, Direitos nenhum... Chicotes nas costas a malhar Cresce a revolta e a angústia. E um dia a rebeldia chega A fuga é a solução. Noite escura tal qual pele e alma Tolhido pelo capataz, liberdade sumia Ali estendido, corpo retalhado pelo chicote Vi com os olhos d`alma Que agora era liberta Da matéria grosseira em que vivia. Voltaria pela misericórdia Divina A palmilhar esta esfera. Agora, pele branca e Senhor, Mas outra vez escravo. Quem diria! Não mais o chicote, não mais as correntes Não mais a submissão, liberdade aparente, Escravo hoje de si mesmo, de suas imperfeições Escravo! Por que não? Acaso não é o homem escravo: Do poder, do vício, do dinheiro Do egoísmo, da vaidade? Quando liberdade? Vera Rocha é professora da Rede Municipal de Ensino e membro da Academia Cabense de Letras.

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