terça-feira, 12 de janeiro de 2010

IVAN MARINHO VENCE FESTIVAL DE POESIAS

O poeta e artista plástico alagoano Ivan Marinho de Barros Filho recebeu o prêmio de primeiro lugar no Festival de Poesias Jaci Bezerra. Com a poesia Barroquilhas, que alude à solidão indispensável à lida do poeta, perante o estado mágico da criação, ele venceu o festival, encerrado com a entrega da premiação, dia 6 de junho, no Museu da Imagem e do Som (Misa), em Maceió. Mais de 78 trabalhos foram avaliados e após quase um mês de avaliação, a comissão julgadora chegou ao resultado. Além de Ivan Marinho, venceram os poetas: Eder Rodrigues (2º lugar da comunidade geral), José Carlos Cavalcanti Silva (1º lugar dos estudantes) e Walney Rodrigues Menezes (2º lugar). O artista alagoano está radicado há 27 anos em Pernambuco. Nascido em Maceió, em abril de 1965, Ivan Marinho vive atualmente na cidade de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Formado em Educação Física, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o poeta tem larga experiência com gestão pública e, quando diretor do departamento de cultura do Cabo de Stº Agostinho, criou o Encontro Celina de Holanda de Poetas Recitadores, o Encontro Pernambucano de Coco de Roda e, atualmente coordena, na prefeitura do Recife, o Recitata, concurso nacional de poesia oral, que terá sua segunda versão no Festival Recifense de Literatura, em agosto. Sua paixão pela arte começou desde criança, quando ouvia os poemas recitados por seu avô André Teixeira Costa. "Minha afeição pela leitura de poemas nascera daqueles recitais íntimos com meu avô e se prolongou por toda vida", relembra o artista. "Sempre gostei de recitar e minhas primeiras apresentações públicas foram em comícios pelas eleições diretas e pela anistia política; cheguei a ser suspenso da UFPE por causa de poemas satíricos e do embate direto com o autoritarismo da época", acrescenta. Além de suas inúmeras poesias, o artista como o também alagoano, Jorge de Lima e o pernambucano Lula Cardoso Ayres, tem inúmeras obras de artes, com as quais conseguiu obter várias premiações. "Meu primeiro prêmio foi com pintura em 1984; em seguida com poesia no Festival Nacional de Arte Alternativa e posteriormente, recebi uma menção honrosa com pintura no Prêmio Bandepe – Valor Pernambucano", conta Ivan Marinho. O artista tem ainda lançado o livro Anti-horário, com prefácio de Alberto da Cunha Melo e posfácio de Erickson Luna. Participação no CD Vários Poemas e na coletânea Poesias e Prosas de Uma Terra de 500 anos, bem como na coletânea Marginal Recife, da prefeitura do Recife. Sua última publicação foi o cordel A Arte Contemporânea e a Bestalhice, uma sátira ao vale-tudo artístico que teve seu advento com o pós-modernismo."Esse cordel, polêmico, foi enriquecido com os comentários de Affonso Romano de Santanna e Allan Sales, o menestrel do Cariri, o mais profícuo cordelista de nossos tempos; são relações que nos ajudam a crer que estamos no caminho certo!", completa. Poesia vencedora Barroquilhas Por: Ivan Marinho de Barros Filho Nas madrugadas insones Sinto o tropel de chegada, Sem ordem, desarrumadas, De palavras, letras, nomes. Balançam, saltam, deslocam, Sem ritmo nem direção E da inquietação Algo parece que evocam. Todas de tanto maduras Encontram-se a se encaixar, Como que a despertar Do sonho que se inaugura. Então se cruza o ensejo Com o anseio ancestral, Nivelando ao animal O instintivo desejo. E preterindo o futuro Faz da noite a luz do dia E a esfera, por magia, Amolece o papel duro. Pois o papel do poeta É deixar claro o escuro. IVAN MARINHO é membro da Academia Cabense de Letras

Um comentário: