quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Zilda Arns é um exemplo de liderança e determinação. Ela é fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, e suas ações ajudam a salvar milhares de crianças todos os anos, até mesmo fora do Brasil. Sai ano, entra ano e, na época do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, sempre vem à tona a discussão dos direitos e conquistas do sexo feminino. Por vezes, somos levados a crer que essas conquistas e discussões são recentes, mas exemplos de grandes mulheres provam o contrário. Médica pediatra e sanitarista, a doutora Zilda Arns Neumann é um deles. Sua história se confunde com a da Pastoral da Criança, uma das mais importantes e reconhecidas ONGs brasileiras, que por meio do acompanhamento de crianças e gestantes ajudou a diminuir a mortalidade infantil em todo o país. Nascida em 1934, em Santa Catarina, até hoje Zilda Arns guarda o sotaque alemão típico daquela região. Indicada no ano passado ao Prêmio Nobel da Paz (será novamente este ano), a doutora Zilda, ou dona Zilda — como é chamada em algumas comunidades —, é uma líder nata, que inspira tranqüilidade, firmeza e doçura. Viúva, ela tem cinco filhos, oito netos e é irmã de algumas das maiores personalidades da vida religiosa brasileira: dom Paulo Evaristo Arns e dom Crisóstomo. E foi junto com o irmão dom Paulo que, em 1982, ela teve a idéia de que a Igreja poderia ajudar a reverter a situação da mortalidade infantil no Brasil. Em pouco tempo e com o apoio da Unicef, nascia a Pastoral da Criança, no município de Florestópolis, no Paraná, onde o índice de mortalidade chegava a 127 mortes a cada mil crianças nascidas vivas. Rapidamente, a Pastoral conseguiu ótimos resultados, reduzindo a mortalidade infantil para 28 por mil após um ano de atividades. E com o apoio da Igreja Católica, foi levada a todos os 27 estados do país. Hoje, Zilda coordena aproximadamente 155 mil voluntários, presentes em 32.743 comunidades dentro de bolsões de pobreza e miséria de 3.555 municípios brasileiros. Em 2001, a Pastoral registrou uma taxa de mortalidade infantil inferior a 13 mortes para cada mil crianças nascidas vivas. Só para se ter uma idéia da importância desse índice, a média nacional de mortalidade infantil no país é de 34,6 óbitos por mil crianças nascidas vivas, segundo o Unicef.

Nenhum comentário:

Postar um comentário