quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O AMOR ANTIGO - Carlos Drummond de Andrade

O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença. Nada exige nem pede. Nada espera, mas do destino vão nega a sentença. O amor antigo tem raízes fundas, feitas de sofrimento e de beleza. Por aquelas mergulha no infinito, e por estas suplanta a natureza. Se em toda parte o tempo desmorona aquilo que foi grande e deslumbrante, o antigo amor, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante. Mais ardente, mas pobre de esperança. Mais triste, Não. Ele venceu a dor, e resplandece no seu canto obscuro, tanto mais velho quanto mais amor. Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987) In Amar se aprende amando

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