quarta-feira, 21 de março de 2012

A MAÇONARIA NO CABO DE SANTO AGOSTINHO

 Por Luiz Lacerda

A história das academias subversivas de 1817 começou em Jaboatão, no Engenho Suassuna, no Pátio do Paraíso e depois no Cabo, no Engenho Velho – Engenho Nossa Senhora Madre de Deus.

Essas academias eram consideradas pelas autoridades, como aparelho subversivo para a época. Elas se apresentavam como lojas maçônicas ou associações, como propósitos políticos republicanos emancipacionistas, obedecendo a orientação de um grupo de patriotas chefiado pelo Capitão-Mor de Olinda, Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, conhecido como coronel Suassuna, um revolucionário “macho”, jaboatonense, e o também Capitão-Mor do Cabo, Francisco Paes Barreto, o famoso marquês do Recife. O Episódio de todo movimento revolucionário entrou para a história como Confederação do Equador.

O movimento recebia o aval da igreja católica e era muito bem organizado sem nenhuma suspeita das autoridades. Era a consagração do ideal republicano que tomava pé, sutil e inteligentemente inspirado na filosofia política dos franceses, que os levaram à Revolução de 1789, iniciada com a Tomada da Bastilha, em 14 de julho, sob a égide da famosa legenda: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

De 1817 a 1822, a ação das academias foi tida como promissora, mas seu fracasso adiante levou todos os participantes a grandes conseqüências. Uma boa parte fugiu, alguns foram fuzilados no Recife e outros na Bahia, a exemplo dos padres Miguelinho e Roma, além do Dr. José Luis de Mendonça e Domingos Julio Martins.

Entre os mártires dessa patriótica revolução, Francisco Paes Barreto foi enviado preso para a Bahia, onde amargou quatro longos anos nos calabouços da cadeia “Relação”, e os cabenses Damião Alves e Antônio do Monte Oliveira, que foram fuzilados.
Segundo conta o mestre Nilo Pereira “As revoluções de 1817 / 1822 não ameaçaram a unidade brasileira, assim como a expulsão do Flamengo não desfigurou a Colonização Portuguesa em seu processo de integração social, ético e político”.

A morte de Suassuna

Arrancado de seu asilo, foi Suassuna preso e metido a ferro, no porão do navio “Carrasco” e remetido com mais de 70 mártires para a Bahia. Jogado por ordem do Conde dos Arcos nos cárceres da fortaleza “Relação”, ali permaneceu quatro anos. Suassuna morria lentamente, quando as vésperas de ser executado em 10 de fevereiro de 1821, o rei concedeu anistia geral. Voltando a Pernambuco, e fortemente abatido pela doença e pelas privações da rigorosa prisão, veio a falecer oito dias depois.

Luiz Alves Lacerda – Foi escritor, pesquisador e historiador. É atualmente um dos patronos da Academia Cabense de Letras.

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