quinta-feira, 24 de março de 2011

SANGUE TUPI



Por Valéria Saraiva
Cabo, 21/05/1999


Explode o vulcão do ocidente
Sua lava dissolve vilmente
As vértebras do animal.
Escorre das rochas crepitantes
Na síndrome de um gigante
Dilacerando a tribo tupi.
Os abutres voam festejando
O podre destino do índio daqui.
Escravo dos vermes
Na terra que é sua se viu consumir.

Dos fúnebres braços da tempestade
Viu respingar as gotas da maldade
A vitória do vulcão.
No silêncio da erupção
Na fumaça que sai do chão
Um vazio na amplidão.

Nenhuma flor para olhar
O jazigo onde está dormindo,
Nenhum olho pra chorar,
Nenhum ente pra lembrar
Esquecido como um mendigo
Somente os abutres a lhe devorar.

Um comentário:

  1. Nossa lelinha, você consegue se superar cada vez mas, sou fã numero 1. Beijão maninha, te amo. Tio, excelente publicação no blog, Beijão, também te amo :)

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