segunda-feira, 11 de julho de 2011

LÍRIOS, TULIPAS & ESCORPIÕES


Primeiramente, há de se deixar bem clara nessa proposta literária de Valéria Saraiva, três aspectos a serem considerados. Em primeiro lugar coloco o propósito da poetisa, em construir respostas dentro de uma abstração, para uma arte que procura sanar o que ela considera como o irremediável vácuo da sua geração, como produtora de arte. Em segundo lugar a grandeza artística que efetivamente é manifestada aqui como poesia, transpondo as fronteiras além da imaginação e confortando íntimos correlacionados.  E em último lugar o conteúdo apresentado dá uma conotação intelectual à autora: clarividência do pensamento sobre o mundo, a concreta reflexão acerca do outro e sobre si mesma, o mergulho nas águas profundas da alma humana e um gênio professoral.  Valéria Saraiva nos induz a alcançar uma poetisa pedagógica – uma poesia que educa, uma orquestração filosofante – mesmo que lá nas entranhas, se dê a perceber, um evidente querer dar o que pensar, próprios dos modos de sabedoria. Pretende Valéria Saraiva apenas provocar a imaginação artística dos outros, doando-lhes matéria prima.
A poesia que aqui se publica é primorosamente condensada em sua construção formal (os fatos históricos, a terra esquecida, as origens, os impactos alertadores que tanto ensina) e generosamente engrandecida, tanto no espectro multifocal dos cenários (as concretas e principalmente as psicológicas) quanto à longa abrangência dos poemas, frutos da justaposição dos fragmentos unidos a um tipo de suspiro transversal das mesmas conjunções da escrita musical.   A capacidade intelectual e o gênio globalizado muitas vezes não estão em muitos, está diante de um caso em que se traduz numa só.  Na Superabundância de potências de uma só poetisa. Valéria Saraiva permite-se ao longo da sua produtiva vida intelectual, diversificar a inteligência e fazer crescer o seu gênio.
Parabéns, querida sobrinha, vamos continuar a alimentar essa chama poética na semântica dos redemoinhos tropicais do Araripe, migrando ao Atlântico com sua sonoridade Virgolineana e arrastando-se na caatinga e nos fluxos armoriais do Capibaribe, Ipojuca e Pirapama.
João Sávio Sampaio Saraiva é membro da Academia Cabense de Letras e da Academia Maçônica de Letras de Olinda.  

2 comentários:

  1. Obrigada pelas palavras tio. Estou ansiosa pelo lançamento do meu livro. Espero conseguir atender a expectativa dos leitores e também trazer uma contribuição à literatura brasileira.

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  2. Que linda essa foto mascarada rs adorei :D
    Beijão tio, saudades...

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