"É errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante.
O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações." Khalil Gibran
Vera Rocha
Vendido qual cereal, para quem?
Interroga alguém.
Este é meu, não abro mão
E começa a via crucis.
Trabalho duro,
Direitos nenhum...
Chicotes nas costas a malhar
Cresce a revolta e a angústia.
E um dia a rebeldia chega
A fuga é a solução.
Noite escura tal qual pele e alma
Tolhido pelo capataz, liberdade sumia
Ali estendido, corpo retalhado pelo chicote
Vi com os olhos d`alma
Que agora era liberta
Da matéria grosseira em que vivia.
Voltaria pela misericórdia Divina
A palmilhar esta esfera.
Agora, pele branca e Senhor,
Mas outra vez escravo. Quem diria!
Não mais o chicote, não mais as correntes
Não mais a submissão, liberdade aparente,
Escravo hoje de si mesmo, de suas imperfeições
Escravo! Por que não?
Acaso não é o homem escravo:
Do poder, do vício, do dinheiro
Do egoísmo, da vaidade?
Quando liberdade?
Vera Rocha é professora da Rede Municipal de Ensino e membro da Academia Cabense de Letras.
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